O documentário “Leaving Neverland” expôs uma representação perturbadora de Michael Jackson como molestador de crianças, mas a onda inicial de publicidade negativa não diminuiu grandemente a imagem do rei do pop ou a popularidade sólida de sua música.
Muitos acreditam que o legado musical de Michael Jackson ainda segue forte no 10º ano após a sua morte. Reações negativas ao documentário que foi transmitido em março no HBO e no Channel 4 britânico levaram estações de rádio no Canadá a parar de tocar suas músicas e produtores do seriado Simpsons a removerem um episódio que destacava a voz de Michael.
Entretanto, isso foi a extensão mais visível da reação negativa, cita a AP.
Não houve rescisões de homenagens como aconteceu com Bill Cosby e Harvey Weinstein, ou movimentos em massa para parar de tocar músicas de Michael, como os que ocorrerão contra o cantor de R&B R. Kelly.
O massivamente popular álbum “Thriller” de Michael e versões teatrais de seu vídeo musical ainda residem na Biblioteca do Registro de Gravações Nacionais do Congresso.
Sua música ainda é destacada em comerciais e faz parte de um show do Cirque Du Solei em Las Vegas.
Museus em Detroit e no Tennessee mantêm imagens de objetos de Michael em exibição e sua recordação continua vendendo.
“Ele ainda comanda preços se comparado à maioria de qualquer outra celebridade”, disse Darren Julien, presidente e CEO da Julien’s Auctions de Culver City, com sede na Califórnia. Ele disse que sua casa de leilões vendeu cerca de $15 milhões de propriedades do cantor, incluindo seu par de luvas brancas a $480,000 em 2009 e uma jaqueta, que foi recentemente comprada por $75,000.
Julien disse que a Rússia, Ásia, Oriente Médio, Canadá e América são os principais mercados onde compradores estão dispostos a gastar dinheiro com a mercadoria de Michael.
Michael Jackson morreu aos 50 anos em decorrência de uma overdose de um anestésico, propofol, em 25 de junho de 2009. Em um instante, a popularidade do cantor aumentou após anos sendo manchada por alegações de abuso sexual e um processo em 2005 por molestar uma criança, o qual terminou com sua absolvição. Após a morte de Michael, o caso criminal quase se tornou uma reflexão posterior até o lançamento de Leaving Neverland.
Jodi Gomes, produtora de filmes, disse que a família vinha trabalhando em um documentário sobre o 50º aniversário do Jackson 5. O contrato estava pronto para ser assinado com uma rede, mas ela disse que foi suspenso após o lançamento de Leaving Neverland.
“O 50º aniversário estava planejado e a família inteira estava participando, e foi uma celebração que iniciou toda a carreira da marca Jackson. E agora ele se perdeu no processo”, disse Gomes que trabalhou na série da vida real de 2009 “The Jacksons: A Family Disnaty” e a minissérie de 1992 “The Jacksons: An American Dream”.
Fonte: Japan Today, AP