Japão e Coreia do Sul estão tendo sua própria guerra comercial

O Japão impôs restrições de exportação sobre três principais materiais de ponta que a Coreia do Sul depende para sua crescente indústria de eletrônicos.

Postos de gasolina na Coreia do Sul estão se recusando a abastecer carros japoneses (ilustrativa/banco de imagens)

A Coreia do Sul e o Japão estão tendo sua própria guerra comercial e ela ficou tão ruim que alguns postos de gasolina sul-coreanos estão se recusando a abastecer carros fabricados no Japão.

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Postos de gasolina na Coreia do Sul estão se recusando a abastecer carros japoneses no mais recente agravamento da nova guerra comercial dos dois países, que ocorre após décadas de tensões políticas e econômicas.

Essas tensões explodiram em 1º de julho, quando o Japão impôs restrições de exportação sobre três principais materiais de ponta – poliimida fluorada, fotorresistente e fluoreto de hidrogênio – que a Coreia do Sul depende para produzir semicondutores e telas para a sua crescente indústria de eletrônicos.

Tóquio também planeja remover Seul da chamada lista branca de nações que enfrentam as mínimas restrições de comércio.

“É um assunto muito grave que mexe com a fundação da parceria econômica da Coreia do Sul e do Japão e a cooperação de segurança do nordeste da Ásia que vem sendo mantida e desenvolvida há mais de 60 anos”, disse Sung Yoon-mo, ministro da indústria da Coreia do Sul, na quarta-feira (24) aos repórteres, de acordo com a Reuters.

“A remoção da Coreia do Sul da lista branca de países vai contra normas internacionais e estamos preocupados com seu grave impacto negativo sobre redes de valor global e livre comércio”, enfatizou Sung.

Similarmente, Yoshihide Suga, principal porta-voz do governo japonês, disse na quarta-feira, pela Reuters que “as relações entre o Japão e a Coreia do Sul estão agora em um estado muito severo”.

No início de julho, o presidente sul-coreano Moon Jae-in chamou as novas restrições de comércio de “emergência sem precedentes” e acusou Tóquio de impô-las por proveito político.

Ele também alertou a dezenas de executivos de empresas que incluem a Samsung, Hyundai e a Lotte que essa guerra comercial pode durar um longo tempo, divulgou o Bloomberg.

Autoridades japonesas e sul-coreanas se encontraram por cinco horas em 12 de julho em um esforço para abrandar as tensões, mas não avançaram, divulgou o Japan Times.

Na sexta-feira (19), o presidente dos EUA Donald Trump ofereceu ajuda para acabar com o impasse, divulgou a Reuters, mas não interveio.

Donos de carros, consumidores de cervejas e fãs de anime afetados

Muitos sul-coreanos se comprometeram a boicotar produtos japoneses e pediram a operadores de postos de gasolina que parassem de abastecer carros japoneses, divulgou a Korea Times na terça-feira (23).

Alguns atenderam, com um dizendo que sempre que via um carro japonês, via uma “bandeira japonesa”.

Alguns centros de autosserviço também formaram uma aliança para recusar atender carros japoneses, de acordo com o jornal.

Observadores dizem, no entanto, que esses boicotes estão apenas prejudicando os coreanos ao invés do governo japonês.

“A vítima da recusa dos postos de gasolina em abastecer carros japoneses não é o governo japonês, mas sim os donos de veículos”, divulgou a Korea Times citando a agência de notícias online E Today.

“Se as pessoas não usam os postos de gasolina, a vítima não é o governo japonês, mas sim os donos”, enfatizou.

Os sul-coreanos também compraram menos cervejas de marca japonesa, reservaram menos viagens ao Japão e até se recusaram a assistir a filmes japoneses, divulgou a Hankyoreh da Coreia do Sul.

A Emart, a maior varejista da Coreia do Sul, disse que as vendas de cerveja japonesa entre 1º e 18 de julho tiveram queda de 30%, divulgou o Hankyoreh.

“O Butt Detective: The Movie”, um anime japonês com base em uma série popular na Coreia do Sul, também sofreu nas bilheterias após sua estreia em 11 de julho. Ele recebeu muitos reviews negativos, muitos dos quais disseram que os coreanos não deveriam assistir a filmes japoneses.

Na semana passada, um sul-coreano de 78 anos morreu após atear fogo ao próprio corpo no lado de fora da embaixada japonesa em Seul. Segundo o que um oficial disse à Agence France-Presse, o homem havia dito que ia fazer aquilo por causa de sua “hostilidade contra o Japão”.

Fonte: Business Insider

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Facebook é multado em US$ 5 bilhões

Publicado em 25 de julho de 2019, em Notícias do Mundo

Acredita-se que a multa de US$5 bilhões seja a maior já imposta a qualquer empresa por violar a privacidade dos consumidores.

Placa na entrada da sede do Facebook em Silicon Valley (banco de imagens)

O Facebook pagará uma multa recorde de US$5 bilhões para resolver questões privacidade, disse a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC).

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A rede social deve estabelecer um comitê de privacidade independente que o chefe executivo do Facebook Mark Zuckerberg não terá controle sobre.

A FTC vinha investigando alegações de que a consultoria política Cambridge Analytica obteve impropriamente os dados de até 87 milhões de usuários do Facebook.

A investigação então se ampliou para incluir outras questões como reconhecimento facial.

Acredita-se que a multa de US$5 bilhões seja a maior já imposta a qualquer empresa por violar a privacidade dos consumidores.

“Apesar de repetidas promessas a seus bilhões de usuários no mundo que eles teriam controle de como suas informações pessoais são compartilhadas, o Facebook comprometeu as escolhas deles”, disse o presidente da FTC Joe Simons.

Ele enfatizou que a multa pesada era destinada a “mudar toda a cultura de privacidade do Facebook para diminuir a probabilidade de violações continuadas”.

Os resultados financeiros do Facebook reportados na quarta-feira (24) não refletiram qualquer mudança por parte dos clientes para se afastarem da rede por causa de questões de privacidade.

A empresa disse que o número de seus usuários ativos mensais havia aumentado 8% no segundo trimestre. As receitas, principalmente as propagandas, aumentaram em 28%, ultrapassando as previsões de analistas.

O Departamento de Proteção ao Consumidor da FTC começou a investigar o Facebook em março de 2018 após ter sido revelado que dados pessoais estavam sendo coletados ilegalmente a partir de um quiz de personalidades online e vendidos à Cambridge Analytica, segundo uma empresa de análise de dados.

Houve queixas subsequentes de que dados podem ter sido usados para testar e influenciar o resultado da eleição presidencial dos EUA em 2016 e o referendo da Brexit.

Embora somente 270.000 pessoas tenham participado do quiz, o delator Christopher Wylie alega que os dados de aproximadamente 50 milhões de usuários, principalmente nos EUA, foram coletados sem seus consentimentos explícitos através de suas redes de amigos.

Entretanto, a Cambridge Analytica não foi a única a ter acesso aos dados pessoais dos usuários – os dados foram reunidos ao usar a infraestrutura do Facebook na época, e muitos outros desenvolvedores haviam levado vantagem disso sem autorização.

Fonte: BBC

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