O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI) anunciou que revisará as diretrizes de “tratamento preferencial” em relação à administração de exportação fornecida à Coreia do Sul. Junto a isso, também será intensificada as restrições de exportação de fluoreto de hidrogênio e polímeros de flúor em alta concentração e resistores.
Estes 3 materiais são utilizados primariamente na produção de semicondutores. Contudo, também podem ser utilizados na fabricação de suprimentos militares.
Com a revisão das diretrizes, a Coreia do Sul terá que solicitar autorização para cada exportação a partir do dia 4 de julho. Segundo o METI, o market share de empresas japonesas sobre esses 3 produtos é alto, sendo utilizados amplamente também na Coreia do Sul. Essas novas medidas dificultarão as exportações e podem afetar a produção de fabricantes coreanas.
O motivo começou na Segunda Guerra Mundial
Essas medidas foram aprovadas antes das discussões com a Coreia do Sul. Segundo o jornal Asahi, o governo japonês “já não consegue segurar a indignação”.
A relação entre os dois países piorou após julgamento da Suprema Corte da Coreia do Sul sobre o trabalho julgado “escravo” imposto pelas empresas japonesas sobre trabalhadores da Coreia do Sul e China, que eram território japonês, na Segunda Guerra Mundial. O julgamento foi feito em outubro de 2018, e impôs indenização de aproximadamente ¥10 milhões para 25% da população coreana ao governo japonês.
Em maio deste ano, o governo japonês pediu a formação de um comitê arbitrário composto por países neutros. Contudo, a Coreia do Sul não nomeou um novo comitê até o período determinando, em 18 de junho. Em contrapartida, o governo coreano anunciou uma medida de divisão da indenização entre empresas de ambos os países.
“Não importa o quanto a gente espere, o governo de Moon só dará esse tipo de resposta”, disse autoridades japonesas.
Nesse dia, o governo japonês pediu novamente à Coreia do Sul a formação de um comitê formado por países não envolvidos. A exigência foi uma resposta até o dia 29 de junho, durante a Cúpula do G20. Entretanto, não houve resposta. “A Cúpula do G20 foi o prazo”, explicou o METI no dia 1° deste mês.
O que é o tratamento preferencial?
Os países aliados que têm tratamento preferencial no controle de exportações são determinados “países brancos” (white countries).
Baseado nas leis cambiais, o METI determina por ordem governamental os países que administram corretamente as exportações com os outros países. Atualmente, são 27 países, incluindo os EUA, Inglaterra, França, Alemanha, Austrália, entre outros.
Se o país for determinado como “país branco”, os procedimentos de exportações são facilitados mesmo para a exportação de tecnologia de ponta que possa ser ameaça à segurança nacional. A Coreia do Sul foi adicionada em 2004.
O Japão nunca havia revisado as diretrizes sobre os “países brancos”, e este poderá ser o primeiro caso de exclusão.
E, caso isso aconteça, além dos 3 materiais citados acima, outros produtos como máquinas e metais especiais serão alvo da intensificação das restrições de exportação.
Fonte: NHK News e Asahi Shimbum