Uma pequena frota de embarcações baleeiras capturou seus primeiros cetáceos na primeira caça comercial do Japão em décadas, desafiando a crítica internacional.
Essas embarcações têm uma permissão para capturar 227 baleais de minke, de- bryde e sei em águas japonesas.
A última caça comercial do Japão foi em 1986, mas o país continuou capturando baleias para o que ele diz ser propósitos de pesquisa.
Agora, o Japão se retirou da Comissão Baleeira Internacional (CBI) e não está mais sujeito às suas regras.
Membros da CBI haviam concordado em uma proibição efetiva sobre caça às baleias, mas o Japão defende há muito tempo que é possível caçá-las de uma maneira sustentável.
O ministério de pescas japonês estabeleceu um limite de abate para a temporada de 52 baleias de minke, 150 baleias-de-bryde e 25 baleia sei, um total de 227 animais.
A cota de captura do ano passado, sob seu programa científico – o qual o Japão disse ser destinado a reunir dados de população – foi de 333 baleias.
De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN, baleias de minke e de-bryde não estão em perigo. As de sei são classificadas como ameaçadas, mas seus números estão aumentando.
Grupos conservadores como o Greenpeace e o Sea Shepherd continuam críticos em relação à retomada do Japão de caça às baleias, mas dizem que não há planos concretos para ação contra o país.
Como outras nações, o Japão defende que a caça e consumo da carne de baleia fazem parte de sua cultura.
Várias comunidades costeiras no Japão caçam baleias há séculos, mas o consumo só se espalhou após a 2ª Guerra Mundial quando outros tipos de alimentos ficaram escassos.
Baleias se encontraram à beira da extinção pela caça nos séculos 19 e início do 20. Em 1986, todos os membros da CBI concordaram com uma moratória para permitir que os números de baleias se recuperassem.
Países que caçam baleias – como Japão, Noruega e Islândia– assumiram que a moratória seria temporária até que todos pudessem concordar em cotas sustentáveis. Ao invés disso, ela se tornou uma proibição quase permanente.
Desde 1987, o Japão matou entre 200 e 1.200 baleais anualmente sob uma isenção da proibição que permite pesquisa científica.
Críticos dizem que isso foi somente uma cobertura para que o Japão pudesse caçar baleias para consumo, visto que a carne dos animais mortos para pesquisa geralmente acabavam comercializadas.
Em 2018 o Japão tentou uma última vez convencer a CBI a permitir a caça sob cotas sustentáveis, mas não teve sucesso. Então, ele deixou a associação, efetivo a partir de julho de 2019.
Fonte: BBC