Enquanto países emergentes competem para construir seus próprios sistemas de transporte, empresas ferroviárias japonesas estão tentando firmar pedidos para auxiliar essas nações a adotar o conhecimento do Japão sobre sua mundialmente famosa pontualidade de serviços de trem.
Um consórcio japonês formado pela Mitsui & Co, West Japan Railway e a Join de fundo público-privado investiram 20 bilhões de ienes (US$188 milhões) para adquirir uma participação de cerca de 90% na SuperVia, empresa ferroviária brasileira. A meta é dar uma reviravolta em sua operação conturbada ao aplicar sua experiência na operação de trens.
Como fabricantes de materiais rolantes na China e Europa alavancam suas escalas para capturar rapidamente pedidos para vagões de trens, rivais japonesas estão focando em sua força única ao garantir pontualidade mesmo sob um cronograma de trem extremamente apertado.
A SuperVia, que atende o estado do Rio de Janeiro, é conhecida pelos seus significantes atrasos de trens. Os trens chegam tão tarde que muitos passageiros migraram para ônibus. O número de usuários caiu do pico de 1 milhão nos anos 2000 para cerca de 600.000.
“Vamos introduzir nosso know-how e estabilizar os negócios”, disse Yasushi Shimizu, gerente geral da divisão de projeto de transportes da Mitsui.
O consórcio japonês cresceu além da participação de 24% na SuperVia que foi adquirida primeiro indiretamente pela Mitsui, grande empresa comercial, em 2014. Ao mudar a estrutura de domínio para uma participação maioritária, as empresas podem instituir mais facilmente reformas ao sistema de cinco linhas, de 270Km. O negócio representa a primeira vez que uma empresa japonesa assumiu controle acionário em uma empresa ferroviária no exterior, de acordo com a Mitsui.
Primeiro, os parceiros investirão cerca de 3 bilhões de ienes ano ao ano ao instalar sistemas de sinalização de última geração. O número de pontos de sinalização será expandido monitorar melhor a localização de trens e os horários de chegada.
Isso permitirá que a operadora aumente o número de chegadas por hora ao reduzir a distância entre trens. Manutenção renovada de linhas de trem e atualização de equipamento elétrico também diminuirão o número de suspensões de serviço.
O mercado ferroviário global deve aumentar em 2,7% ao ano até 2023, de acordo com a Associação de Indústria Ferroviária Europeia, ou Unife. O crescimento é apoiado pelo aumento populacional no mundo em desenvolvimento, assim como pressão para mais transporte público como meio para combater a mudança climática.
Lar para 30% do número anual de usuários de trem do mundo, o Japão é considerado a capital dos trens do mundo. Graças à expertise de operadoras ferroviárias, trens chegam e partem a cada minuto durante a hora do rush de Tóquio. Seu conhecimento é particularmente útil para países em desenvolvimento que sofrem com congestionamento e poluição.
Fonte: Asia Nikkei