(ilustrativa/banco de imagens)
Mudanças no wind shear (cortante de vento) causadas pela mudança climática estão tornando os voos mais turbulentos sobre o Atlântico Norte, descobriu um novo estudo.
Publicidade
O wind shear ocorre quando ventos em diferentes altitudes variam em velocidade ou direção. Ele é uma das maiores causas de turbulência de ar claro.
O novo estudo descobriu um aumento significante no wind shear vertical em altitudes de correntes de jato sobre o Atlântico Norte, divulga o Washington Post.
Cerca de 3.000 voos atravessam o Atlântico Norte em média por dia, segundo o Washington Post.
Em março, um voo da Turkish Airlines sofreu uma turbulência severa quando estava sobrevoando Maine, divulgou o New York Times. Trinta pessoas ficaram feridas e algumas sofreram fraturas nos ossos.
Excluindo acidentes fatais, a turbulência in-flight é a causa líder de lesões a passageiros de companhias aéreas e comissários de bordo, de acordo com a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).
De 2009 a 2017, 331 pessoas a bordo de voos nos EUA ficaram feridas durante turbulências, divulgou a FAA.
Pesquisa anterior descobriu que a mudança climática está afetando as velocidades de vento em correntes de jato, e essas mudanças estão causando mais turbulência, também.
O novo estudo, publicado no jornal Nature, também identifica as mudanças no wind shear.
“Nossos resultados indicam que a mudança climática pode estar tendo um grande impacto na corrente de jato no Atlântico Norte do que o anteriormente pensado”, diz o estudo.
Os pesquisadores descobriram que a corrente de jato sobre o Atlântico Norte se tornou 15 por cento mais afetada pelo wind shear na alta atmosfera nos 39 anos desde quando satélites começaram a observá-lo, de acordo com o jornal Telegraph.
Simon Lee, um dos autores do estudo e aluno de doutorado em Meteorologia na Universidade Reading, disse ao Telegraph: “Olhamos pela primeira vez para o wind shear, onde mudança significativa havia passado despercebida anteriormente. Ao longo das últimas quatro décadas, as temperaturas aumentaram mais rapidamente sobre o Ártico, enquanto na estratosfera – a cerca de 12Km acima da superfície – elas esfriaram.
“Isso cria um efeito de cabo de guerra, onde mudanças da temperatura da superfície agem para desacelerar a corrente, enquanto mudanças de temperatura lá em cima agem para acelerá-la. Isso tem graves consequências para companhias aéreas, visto que passageiros e tripulação enfrentam maior risco de sofrer lesões”.
Fonte: Weather Channel