Loja da Costco em Lewisville, Texas, nos EUA (ilustrativa/banco de imagens)
A gigante varejista dos EUA, Costco, está mergulhando na área delicada do comércio de alimentos na China com a abertura de sua primeira loja nesta semana, mas analistas alertam que a rede enfrenta um difícil trajeto já que ela busca ter sucesso onde uma série de varejistas internacionais falharam.
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A abertura acontece em uma época desafiadora com Pequim e Washington engajados em uma tensa guerra comercial que tem os visto trocarem tarifas punitivas sobre centenas de bilhões de dólares de comércio bilateral.
A China provou ser um campo de batalha brutal para varejistas do exterior nos últimos anos, com muitas não conseguindo entender os hábitos do consumidor e gostos, assim como competidoras locais construindo uma presença mais forte.
Em junho, a rede de supermercados francesa Carrefour concordou em vender 80% de seu negócio na China para a gigante nacional Suning após prejuízos contínuos.
E a atacadista alemã Metro está no processo de vender suas operações a uma concorrente local e a varejista britânica Tesco saiu do mercado da China em 2014.
“O mercado chinês é muito complicado e exige que as varejistas inovem e se estreitem em uma área particular”, disse Jason Yu, gerente geral da Kantar Worldpanel China.
Entretanto, a Costco acredita que pode evitar o desconforto que atormentou outras com sua “abordagem básica” e estratégia de compras em grande quantidade.
A Costco abrirá suas portas na China na terça-feira (27), cinco anos após fazer sua primeira incursão online no país através da plataforma e-commerce Tmall Global da Alibaba.
Richard Zang, vice-presidente sênior da Costco na Ásia, disse ao AFP que eles tinham uma meta “moderada” de ter pelo menos 100.000 novos membros para a nova loja, que fica em um distrito suburbano de Xangai com uma forte população de 2 milhões de pessoas.
E Zhang disse que eles tiveram tempo para verificar se os consumidores na China conheciam sua marca e o mercado estava maduro o suficiente.
A Costco terá como alvo a classe média em crescimento, que conhece a marca por causa de viagens internacionais.
A grande rival da Costco, a Sam’s Club da Walmart, tem mais de duas décadas de história na China e ainda está na trilha de expansão com planos de chegar a 40 lojas até o fim do próximo ano.
Entretanto, Zhang disse que pelo fato dos chineses já estarem familiarizados com um modelo de supermercado com base em membership (adesão) isso poderia funcionar a favor da Costco.
Enquanto esteja otimista, Zhang diz que ele tem preocupações em relação ao impacto de uma agressiva guerra comercial e de tarifas entre os EUA e a China, com cerca de 50% de seus produtos vindos do exterior.
“Para manter nossos preços baixos, substituímos alguns importadores de produtos frescos dos EUA por australianos”, disse Zhang.
Entretanto, antes da abertura oficial da Costco, residentes locais estavam formando longas filas para fazer o cartão de membro.
“Definitivamente estarei entre a primeira leva de membros da Costco”, disse a funcionária pública Julia Zhu que já compra produtos da rede, de mercados no exterior.
Fonte: Japan Today