O incêndio que destruiu o símbolo de Okinawa, o Castelo de Shuri, foi extinto às 13h30 de quinta-feira (31), quase 12 horas depois que os bombeiros foram avisados, às 2h35.
O fogo começou no palácio principal e se estendeu por outras 6 instalações. Consumiu os palácios norte e sul, também o dourado, Shoin e Sasunoma, além de outros adjacentes, no total de 7 destruídos.
Foram mobilizadas 53 unidades dos caminhões de combate ao incêndio e 137 bombeiros trabalharam para a extinção. O fogo teria começado no interior do palácio principal, mas ainda não se sabe a causa, a qual está sendo investigada, segundo o principal jornal local, Ryukyu Shimpo.
Quando o sensor acusou alteração de temperatura, às 2h34, o vigilante correu para verificar e a fumaça já estava tomando conta do palácio. Segundo os bombeiros, não havia aspersores dentro dos 3 andares do palácio.
A polícia da província está analisando cuidadosamente as imagens das câmeras de segurança.
Bilhões de ienes de prejuízo
Segundo a Secretaria-Geral de Okinawa, o volume dos danos causados pela destruição do Castelo de Shuri foi de cerca de 7,3 bilhões de ienes. Calcula-se cerca de 3,3 bilhões para o castelo principal, cerca de 2,1 bilhões para os do norte e sul, mais cerca de 1,9 bilhão de ienes para outros.
Castelo fechado e eventos cancelados
Desde quinta-feira a entrada na área do castelo foi fechada para visitação. O festival anual e seus eventos programados para 2 e 3 foram cancelados.
Okinawa teve um período chamado de Sanzan, quando 3 grupos políticos – Hokuzan, Chuzan e Nanzan – coexistiam. Começou durante o reinado do rei Tamagusuku e terminou em 1429 quando Sho Hashi unificou a ilha, transferindo o reinado para o atual local do Castelo de Shuri.
Desde então já sofreu 5 incêndios, incluindo nas guerras. Em 1992 as principais instalações foram restauradas. Em 2000 as ruínas e todo o castelo foram tombados como Patrimônio Cultural Mundial. Acredita-se que bens culturais preciosos tenham sido destruídos pelo incêndio.
Povo e autoridades se manifestam rumo à reconstrução
O governador Denny Tamaki e a prefeita de Naha Mikiko Shiroma visitaram o local no mesmo dia.
A Agência de Assuntos Culturais do Japão também enviou equipe na quinta-feira para investigação dos danos do patrimônio cultural. Segundo fontes do jornal Sankei é possível que a UNESCO não cancele o registro já que as ruínas permanecem, mas é preciso aguardar pelo pronunciamento, já que o relatório foi enviado para apreciação.
No dia da tragédia o governo local recebeu muitas mensagens dos residentes locais e pessoas de fora pedindo que abra frentes para que possam contribuir.
O governador Denny e o governo do país que é o proprietário da área e do patrimônio se mobilizam rumo à reconstrução. Darão prioridade máxima em resposta ao choque dos cidadãos diante da perda. Através das redes sociais, a população da província e do país tem enviado votos de torcida pela restauração, demonstrando sentimentos de contribuição voluntária.
Assista algumas cenas da tragédia no vídeo produzido pelo jornal Ryukyu Shimpo.
Fontes: Ryukyu Shimpo, Chunichi, Sankei e Okinawa Times