Termômetro marca alta temperatura (ilustrativa/banco de imagens PM)
A mudança climática está deixando os fenômenos El Niño mais fortes, os quais alteram o clima no mundo e aquecem um planeta já quente, segundo novo estudo.
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Cientistas examinaram 33 El Niños – o aquecimento natural do Pacífico equatorial causa extremos climáticos em todo o globo – desde 1901. Eles descobriram que desde os anos 1970, os El Niños vêm se formando mais distantes a oeste em águas mais quentes, levando à formação de fenômenos mais fortes em alguns casos.
Um poderoso El Niño pode causar seca em alguns lugares, como Austrália e Índia. E ele pode causar inundações em outras áreas como a Califórnia, nos EUA. O Pacífico tem mais furacões durante um El Niño e o Atlântico menos.
O El Niño torna os invernos mais amenos e mais úmidos nos EUA, os quais geralmente se beneficiam de El Niños fortes. Eles estão devastando outros locais. O fenômeno de 1997-1998 causou milhares de mortes em decorrência de tempestades severas, ondas de calor, inundações e secas, custando entre 32 e 96 bilhões de dólares, de acordo com um estudo das Nações Unidas.
A mudança para a origem do El Niño em centenas de quilômetros a partir do leste da International Dateline (Linha Internacional de Data) para o oeste desse ponto é importante porque as águas no oeste são naturalmente mais quentes, de acordo com o estudo liderado por Bin Wang, cientista atmosférico na Universidade do Havaí.
Antes de 1978, 12 dos 14 El Niños se formaram no leste. Após 1978, todos os 11 foram mais centrais ou a oeste, de acordo com o estudo de outubro nos Processos da Academia Nacional de Ciências.
Pesquisadores não estudaram as La Niñas, o lado negativo mais frio do El Niño.
Wang disse que houve três “super” El Niños, com início em 1982, 1997 e 2015 e todos começaram no oeste. Durante cada um desses El Niños, o mundo quebrou novos recordes de temperaturas médias.
O estudo acrescenta à grande evidência de que “fenômenos El Niño estão ficando mais fortes sob a contínua mudança climática”, disse o cientista climático da Georgia Tech, Kim Cobb, que não faz parte da pesquisa, em um email.
Entretanto, Allan Calrke, especialista em El Niño da Universidade do Estado da Flórida, disse que o estudo focou muito na temperatura da água, quando grande parte da formação do El Niño depende de como a água e a atmosfera estão interconectadas.
Fonte: Agência Reuters