Ameaça da Coreia do Norte de ‘presente de Natal’ coloca EUA e Coreia do Sul em alerta máximo

Autoridades estão em alerta nessa semana para um potencial teste de míssil de longa distância.

Kim Jong-un e Donald Trump em julho de 2018 (Wikimedia/Dan Scavino Jr.)

Após meses de negociações nucleares estagnadas e retórica acentuada, a Coreia do Norte promete enviar um “presente de Natal” aos EUA – um alerta que deixou oficiais americanos e sul-coreanos em alerta máximo nesta semana para um potencial teste de míssil de longa distância.

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Se isso acontecer seria o primeiro teste de míssil de longa distância em mais de dois anos, o qual não é somente outra violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Pyongyang, mas também um não cumprimento da promessa pessoal de Kim Jong-un ao presidente Donald Trump de não testar armas do tipo.

Isso poderia significar um rápido desvendar dos esforços diplomáticos de Trump em encerrar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, talvez mesmo um retorno para seus dias de ameaça de “fogo e fúria” sobre o “Pequeno Homem Foguete”.

A ameaça de um teste deixou até mesmo as companhias aéreas comerciais no limite. A Administração Federal de Aviação dos EUA emitiu um alerta no início desse mês sobre “testes de lançamentos de mísseis de distâncias mais longas antes do fim de 2019, ou na parte inicial de 2020”, de acordo com uma análise de ameaça obtida pela ABC News.

Em uma declaração de 3 de dezembro, o vice-ministro de relações exteriores da Coreia do Norte disse, “O que resta a ser feito agora é a opção dos EUA e depende inteiramente deles qual presente de Natal vão escolher receber”.

A “opção” que a Coreia do Norte quer é que os EUA abandonem suas “políticas hostis” de exigir o desarmamento nuclear da Coreia do Norte e a recusa de fornecer alívio de sanções até que ela comece a fazer isso – algo que a administração de Trump diz que não vai fazer.

O ultimato refletiu de um do próprio Kim em abril, dizendo a Trump que ele esperaria até o fim do ano para os EUA ficarem mais flexíveis e tomarem uma nova abordagem em relação as conversas entre os dois países.

A segunda cúpula dos dois líderes em Hanói, no Vietnã, em fevereiro passado, terminou com Kim oferecendo desmantelar a instalação nuclear em Yongbyon em troca de um fim das sanções econômicas das Nações Unidas.

Os dois líderes permaneceram em termos amigáveis se encontrando novamente em junho cara a cara na Zona Desmilitarizada entre as Coreias.

Entretanto, com as negociações bloqueadas, a retórica do regime amargou cada vez mais.

No início desse mês, eles atravessaram um limite simbólico e atacaram Trump pessoalmente, chamando-o de “homem negligente e inconstante” em uma declaração de Kim Yong Chol- o antigo negociador nuclear e chefe de espionagem, cujo retorno também poderia representar uma volta para trás em direção à beligerância.

A Coreia do Norte disparou mais de uma dezena de mísseis, quase todos de curto alcance, com exceção de um balístico em outubro capaz de ser lançado de um submarino.

Todos os mísseis usaram combustíveis sólidos, tornando-os mais flexíveis, mais difíceis de detectar com antecedência e tecnologicamente um passo à frente dos foguetes abastecidos com combustível líquido que a Coreia do Norte tradicionalmente usa.

Fonte: ABC News

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