A superbactéria Enterobacteriaceae resistente a medicamentos – CRE (banco de imagens PM)
Especialistas na área da saúde estão preocupados com o aumento acentuado no Japão de casos envolvendo a colon bacilli e outras bactérias originárias do exterior que têm uma forte resistência à grande maioria de medicamentos antibacterianos.
Publicidade
O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas- NIID disse que essas bactérias resistentes a medicamentos foram descobertas em 13 casos em 2017, ano quando o instituto iniciou o estudo.
O número aumentou para 42 em 2018.
Antes de 2018, a presença de “superbactérias” foi confirmada em Tóquio e em cinco províncias. As bactérias resistentes a medicamentos foram descobertas em Tóquio, Hokkaido e 14 províncias ao longo do último ano.
“Não é sabido como tais bactérias encontradas entram nos corpos dos pacientes, mas parece que estamos observando uma nova fase da proliferação de bactérias resistentes a medicamentos”, disse Motoyuki Sugai, diretor do Centro de Pesquisa de Resistência Antimicrobiana do NIID.
A bactéria em questão pertence à família Enterobacteriaceae que é resistente a antibióticos carbapenema, agentes de última linha usados para tratar pacientes gravemente doentes com infecções.
Esse é um tipo de bactéria que tem resistência a um gene originário do exterior e cria uma enzima que destrói ingredientes farmacêuticos.
A maioria dos ingredientes antibacterianos no Japão não são eficazes em tratar pacientes que abrigam esse tipo de bactéria, de acordo com pesquisadores.
Do total de 55 casos descobertos até agora, 41 envolveram pacientes que nunca visitaram outros países ou não está claro se eles estiveram no exterior.
Pesquisadores junto ao NIID dizem que também é possível que pacientes tenham sido infectados com bactérias resistentes a antibiótico carbapenema através de pessoas saudáveis que as abrigavam.
As estirpes pertencentes à família Enterobacteriaceae, como colon bacilli e pneumobacilli, causam poucos danos a pessoas saudáveis sob condições normais desde que elas estejam no estômago.
Entretanto, pessoas têm maior probabilidade de desenvolver uma infecção grave quando seus sistemas imunes estão enfraquecidos.
Antibióticos carbapenema têm sido usados para tratar pacientes gravemente doentes com infecções. Entretanto, a proliferação de bactérias resistentes a antibióticos carbapenema emergiram como um desafio global.
De acordo com um relatório sobre avaliação de risco divulgado em 2018 pelo Centro Europeu para Prevenção de Controle de Doenças, a proporção de fatalidades entre pacientes com infecção grave causada pela Enterobacteriaceae resistente a antibióticos (CRE) variou de 30 a 75 por cento.
A probabilidade é de mais da metade de pacientes virem a óbito quando eles têm bacteremia, uma infecção que se refere à presença da bactéria no sangue.
Os Centros para Doença e Controle e Prevenção dos EUA reconhece a CRE como a bactéria que mais representa risco à vida, chamando-a de “bactéria do pesadelo”.
Sobre a CRE, um tipo que cria uma enzima que destrói ingredientes farmacêuticos é principalmente preocupante, de acordo com especialistas.
Em março de 2017, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar introduziu um sistema de verificação para determinar a presença de um gene resistente e seu tipo quando pacientes são infectados com a CRE.
O estudo dos casos de 2017 e 2018 realizados pelo NIID mostrou que há um risco de ficar infectado com um tipo de bactéria procedente do exterior mesmo se as pessoas continuarem no Japão.
Entretanto, pouco progresso foi feito no mundo no desenvolvimento de novos medicamentos antibacterianos.
A Organização Mundial da Saúde disse que medicamentos para combater a CRE e duas outras bactérias deveriam receber a mais alta prioridade no desenvolvimento de agentes antibacterianos.
Fonte: Asahi