Imagem ilustrativa. Chegadas internacionais no Aeroporto de Kansai (PM)
Aeroportos no mundo estão cada vez mais aumentando a vigilância e implementando novos procedimentos de quarentena enquanto oficiais se apressam para desacelerar a propagação do coronavírus de Wuhan, uma nova doença similar à SARS que apareceu pela primeira vez na província de Hubei, na China.
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Centenas de pessoas foram infectadas pelo coronavírus de Wuhan na ilha principal da China. Também houve casos na Tailândia, Coreia do Sul, Japão e EUA.
Pelo menos 17 pessoas morreram, todas na província de Hubei, sendo que a grande maioria delas eram idosos e pessoas que sofriam de doenças pré-existentes.
Especialistas da saúde chineses confirmaram nesta semana que alguns casos envolveram transmissão de pessoa para pessoa.
O período mais movimentado de viagens da China
Com o anual rush de viagens de Ano Novo Lunar/Festival de Primavera em curso, oficiais estão lutando para isolar os infectados e prevenir que a doença se propague ainda mais.
De acordo com dados do site de aviação Flightconnections.com, o Aeroporto de Wuhan atende voos sem escalas para 109 destinos em 20 países. Esses incluem principais cidades como Londres, Moscou, Paris, Roma, Nova Iorque, São Francisco, Bangkok, Tóquio e Seul.
Wuhan, uma cidade de 11 milhões de pessoas, também é um centro para a rede ferroviária de alta velocidade da China.
Agravando o desafio para as autoridades da saúde, centenas de milhões de chineses viajarão durante o período de Festival de Primavera, o qual começou oficialmente em 10 de janeiro e termina em 18 de fevereiro – a maior migração humana anual no planeta.
O Instituto de Pesquisa de Turismo de Saída da China – COTRI relata que mais de sete milhões dessas viagens incluirão as internacionais.
Na cidade de Wuhan em si, termômetros infravermelhos vêm sendo instalados no aeroporto, estações de trem, terminais de ônibus e portos para medir as temperaturas de passageiros que partem da cidade, de acordo com a mídia estatal.
A China também está encorajando os passageiros que viajarem de/para Wuhan que mudem seus planos de viagem durante o movimentado período de feriado do Ano Novo Lunar ao isentá-los de taxas de serviço por reembolsos para todos os meios de transporte.
Abaixo, medidas preventivas adotadas em alguns dos destinos turísticos mais populares do mundo.
Estados Unidos
Desde a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus em 21 de janeiro, o Centro de Controle para Prevenção de Doenças dos EUA – CDC aumentou a verificação e medidas de quarentena nos principais aeroportos do país.
No último fim de semana, o CDC começou as verificações de saúde para passageiros de Wuhan desembarcando no Aeroporto John F. Kennedy em Nova Iorque, no Aeroporto Internacional de Los Angeles e no Aeroporto Internacional de São Francisco.
Com início nesta semana, passageiros de Wuhan também serão verificados no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson Atlanta e o no Aeroporto Internacional Chicago O’Hare.
Passageiros que chegam a partir de Wuhan, se em voo direto ou indireto, só poderão desembarcar em um desses cinco aeroportos realizando as verificações de saúde, as quais incluem medição de temperatura e observação de sintomas como tosse e dificuldades para respirar.
Tailândia
A Tailândia vem sendo um destino favorito para cidadãos chineses – o país fica no topo da lista de fontes de mercado para chegadas internacionais no país.
Houve a confirmação de que três pessoas na Tailândia foram infectadas com o vírus.
Em resposta, oficiais nos aeroportos internacionais de Bangkok, Krabi, Chiang Mai e Phuket estão verificando chegadas não somente de Wuhan, mas também de Pequim e Shenzhen, cidades que também registraram casos do coronavírus.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o Ministério de Saúde Pública da Tailândia tem diagnóstico de padrão internacional e cuidado médico, e está coordenando de perto com a OMS e departamentos relacionados para as potenciais medidas de resposta.
Japão
O Japão registrou um caso confirmado do coronavírus. O paciente, que desde então foi tratado e liberado do hospital, havia viajado para Wuhan no fim de dezembro.
De acordo com a OMS, medidas de quarentena e verificação vêm sendo intensificadas para viajantes da cidade de Wuhan em todos os aeroportos do Japão desde 7 de janeiro.
O primeiro-ministro Shinzo Abe teria instruído ministros do governo a intensificarem esforços de quarentena e monitorar pacientes, enquanto uma linha direta foi instalada entre diferentes ministérios no governo.
Hong Kong
Embora nenhum caso de coronavírus tenha sido confirmado, Hong Kong, que foi duramente atingida pelo surto de SARS em 2002 e 2003, está em alerta particularmente alto. A cidade semiautônoma é um destino popular para cidadãos chineses.
Além de formulários de declaração de saúde e verificações de temperatura em estações de trem e no Aeroporto Internacional de Hong Kong, limpeza e desinfecção aumentada em trens e aviões que chegam via Wuhan foram implementadas.
Austrália
Atualmente, o Departamento Australiano de Saúde está trabalhando para implementar medidas adicionais a fim de gerenciar o risco do coronavírus, incluindo medidas de fronteira adicionais – principalmente em relação aos três voos diretos semanais de Wuhan para Sydney.
Todos os passageiros desses voos receberão informação sobre o vírus, com um pedido para que eles se identifiquem a oficiais de biossegurança no aeroporto se não se sentirem bem.
Singapura
Até o momento não houve casos confirmados do coronavírus relatados em Singapura, entretanto, o governo não está descartando quaisquer chances.
Desde 22 de janeiro, verificação de temperatura no Aeroporto de Changi será expandida para incluir todos os passageiros que chegam da China, anunciou o Ministério da Saúde.
“Visto que Singapura é um destino de viagens, esperamos ver mais casos suspeitos e não podemos descartar a possibilidade de casos importados”, disse o ministério em uma declaração.
“Uma vez que um caso é confirmado, a identificação de contato será iniciada, e implementaremos isolamento rigoroso, quarentena, e controle de infecção e medidas para prevenir futura transmissão”.
Fonte: CNN