(Imagem ilustrativa/PM)
Na quinta-feira (30), o número de mortos subiu para 170 no surto do novo vírus na China, enquanto estrangeiros que moram na região mais atingida começam a ser evacuados sob forte vigilância e oficiais da saúde mundiais manifestam “grande preocupação” de que a doença esteja começando a se espalhar entre pessoas fora do país.
Os números de quinta-feira (30) cobrem as 24 horas anteriores e representam um aumento de 38 mortes e 1.737 casos de um total de 7.711. Das mortes recentes, 37 foram no epicentro do surto na província de Hubei e em Sichuan, sudoeste do país.
As notícias são divulgadas quando 195 americanos evacuados de Wuhan, cidade da província de Hubei de 11 milhões onde o surto se originou, estão sendo submetidos a três dias de exames e monitoramento em uma base militar no sul da Califórnia para ter certeza que eles não apresentam sinais do vírus.
Um grupo de 210 japoneses evacuados de Wuhan chegou ao Aeroporto de Haneda em Tóquio na quinta-feira em um segundo avião fretado do governo, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores. Segundo reportagens locais, nove desses japoneses apresentaram sinais de tosse e febre.
Três dos 206 japoneses que retornaram na quarta-feira (29) no primeiro voo fretado testaram positivo para o novo coronavírus, disse o Primeiro-Ministro Shinzo durante uma sessão parlamentar. Dois desses três não apresentaram quaisquer sintomas da doença.
França, Nova Zelândia, Austrália e outros países também estão retirando seus cidadãos ou fazendo planos para isso.
O chefe de emergências da Organização Mundial da Saúde – OMS disse que os poucos casos de propagação entre humanos do vírus fora da China – Japão, Alemanha, Canadá e Vietnã – eram de “grande preocupação” e parte da razão pela qual o diretor-geral da agência da saúde das Nações Unidas estava reconvocando um comitê de especialistas nesta quinta-feira para avaliar se o surto deveria ser declarado uma emergência global.
O novo vírus já infectou mais pessoas na China do que durante o surto de SARS entre 2002 e 2003.
O Dr. Michael Ryan do programa de emergências da OMS falou em uma coletiva de imprensa realizada em Genebra na quarta-feira após retornar de uma viagem a Pequim para se encontrar com o presidente Xi Jinping e outros líderes do governo. Ele disse que a China estava tomando “medidas extraordinárias face a um desafio extraordinário” representado pelo surto.
Até o momento, 99% dos casos estão na China. Ryan estimou a taxa de mortos pelo novo vírus a 2%, mas disse que o número era muito preliminar. Enquanto os números de mortes e casos flutuam, cientistas são capazes apenas de produzir um cálculo aproximado da taxa de fatalidade e é provável que muitos casos mais amenos do vírus estejam faltando.
Em comparação, o vírus da SARS matou cerca de 10% das pessoas que o contraíram. O novo vírus é da família dos coronavírus, a qual inclui aqueles que podem causar a gripe comum, assim como doenças mais graves como a SARS e a MERS.
Cientistas dizem que há muitas perguntas a serem respondidas sobre o novo vírus, incluindo o quão fácil ele se espalha e o quão grave ele é.
Em uma reportagem publicada na quarta-feira, pesquisadores chineses sugeriram que a propagação de pessoa para pessoa entre contatos próximos ocorreu em meados de dezembro.
Mais da metade dos casos em que sintomas começaram antes de 1º janeiro foram relacionados a um mercado de frutos do mar de Wuhan, mas somente 8% após isso foram lá, descobriram pesquisadores. Eles reportaram que o período de incubação era de cinco dias.
Fonte: Mainichi
