We deeply mourn the death of #Wuhan doctor Li wenliang, who unfortunately got infected with novel #Coronavirus while battling with the epidemic. After all-effort rescue, Li passed away on 2:58 am, Feb. 7. pic.twitter.com/mbYA3wB4pn
Publicidade — People’s Daily, China (@PDChina) February 6, 2020
Um médico chinês que se tornou um denunciante inicial do surto do novo coronavírus na cidade de Wuhan, central da China, morreu nesta sexta-feira (7) vítima da infecção sobre a qual ele havia alertado, enquanto o número de casos confirmados chega a 30 mil.
A morte de Li Wenliang de 33 anos, anunciada pelo hospital onde ele vinha sendo tratado, levou a um derramamento de dor, assim como fúria na China quando ele era amplamente conhecido como alertar sobre a crescente crise de saúde pública e por ser alvo de autoridades por “espalhar rumores”.
Li, um oftalmologista em Wuhan, o epicentro do surto do vírus 2019-nCoV, morreu vítima de pneumonia causada pelo coronavírus por volta das 3h desta sexta-feira, disse o hospital na mídia social.
Confusão surgiu em torno da morte do médico chinês. A morte de Li foi primeiro reportada no fim da noite de quinta-feira (6), levando a Organização Mundial da Saúde – OMS a postar um tuite manifestando suas condolências. Então, o hospital disse que esforços estavam sendo feitos para salvar a vida do médico, para reconhecer somente depois a sua morte.
O número de pessoas infectadas pelo vírus chegou a 31 mil na China continental, com 636 mortes confirmadas, disse o governo chinês.
A província de Hubei, a mais afetada, cuja capital é Wuhan, reportou mais 2.447 casos e mais 69 mortes na quinta-feira. Wuhan até agora reportou 11.618 infecções, com 478 mortes.
Na quinta-feira a OMS manifestou sérias preocupações com o surto, dizendo que ainda não se pode descrever que a propagação atingiu o pico ou ser vista com otimismo.
“Ainda estamos no meio de um surto intenso”, disse um oficial da OMS em uma coletiva em Genebra, na Suíça.
Em dezembro, Li e outros médicos em Wuhan trocaram informações na internet sobre a detecção no mesmo mês dos casos misteriosos de pneumonia, esboçando um paralelo ao surto da SARS de 2002-2003, que também foi causada por um coronavírus.
A polícia disse em 1º de janeiro que havia tomado ação contra oito pessoas por espalhar rumores. Li também foi reprimido dois dias depois. Entretanto, ele começou a ter febre e foi diagnosticado com o vírus.
O médico foi a público para falar sobre os desenvolvimentos que o rodeavam.
A China está enfrentando uma reação pública negativa por tentar esconder informação. Um residente de 51 anos de Wuhan disse que o médico “foi a primeira pessoa a falar a verdade” sobre o surto do vírus.
“Se as medidas de quarentena tivessem sido tomadas logo, as infecções poderiam ser contidas dentro de uma área limitada”, disse ele.
Fonte: Kyodo