Após a fuga cinematográfica do ex-diretor da Nissan Carlos Ghosn e réu na Justiça japonesa, na virada do ano passado, sua vida poderá se transformar em drama de Hollywood, noticiou a Bloomberg na semana anterior.
O porta-voz de Ghosn informou que está em negociação com o famoso Michael Ovitz, fundador da Creative Artists Agency (CAA) e também já foi presidente da Walt Disney.
Se a negociação avançar Ghosn terá parte de sua trajetória retratada em filme e série para tevê. Essa notícia logo repercutiu no Japão, em comentários nas redes sociais, negativamente.
“O filme deverá ser produzido a partir do ponto de vista dele, por isso, não tenho a menor vontade de assistir”, escreveu um.
Um artista famoso escreveu “O Japão não deve deixar isso acontecer. Eu acho que definitivamente será um filme vergonhoso para o país.”.
Nissan no vermelho e processo contra Ghosn
Em meio a essa repercussão negativa a Nissan Motor entrou com uma ação judicial contra Ghosn no Tribunal de Yokohama, pedindo indenização de 10 bilhões de ienes, no dia 12. É um valor para recuperar a perda de fundos da empresa para fins particulares. Mas, se o Japão e Líbano – para onde fugiu – não têm tratado de extradição o julgamento não ocorrerá.
Na quinta-feira (13) essa montadora que Ghosn tirou da falência e a tornou uma das 5 maiores do mundo informou que fechou o balanço de outubro a dezembro em vermelho, depois de 11 anos.
E ainda tem outro agravante, o da pneumonia na China, o maior mercado da Nissan. Por isso, o presidente Makoto Uchida declarou “levará mais um pouco de tempo para a melhoria”.
Uchida se concentra em restaurar seu relacionamento com a Renault na França, a qual piorou após a prisão de Ghosn. Também se empenha na reestruturação considerando reduzir o volume de vendas.
Fontes: Bloomberg, NHK, Sankei e Jisin