Governos chineses locais estão pedindo às empresas que mantenham seus funcionários em casa após o período de feriado do Ano Novo Lunar, visto que o surto do novo coronavírus se espalha, aumentando a possibilidade da produção paralisada interromper o fornecimento global de smartphones, computadores e outros eletrônicos.
O governo chinês já estendeu o feriado até 13 de fevereiro, o qual terminaria na quinta-feira passada, 30 de janeiro.
Entretanto, pelo menos 25 províncias e principais cidades, incluindo Pequim e Xangai, pediram às empresas que mantenham seus funcionários em casa por mais tempo. O novo coronavírus 2019-nCoV deixou mais de 12 mil pessoas doentes e causou a morte de pelo menos 300 na China continental.
A China monta eletrônicos em grande âmbito como smartphones, consoles de games, servidores e eletrodomésticos e os envia a mercados em todo o mundo.
Fechamentos prolongados de fábricas poderiam ameaçar o envio desses materiais. Em particular, a interrupção afeta o lançamento antecipado da Apple de um modelo de iPhone mais barato, cujo envio estava previsto para começar no fim de fevereiro.
A cidade de Pequim emitiu um aviso em 31 de janeiro pedindo às empresas que mantenham funcionários em casa até 9 de fevereiro. Companhias de energia elétrica, operadores de telecomunicações, instituições médicas e companhias farmacêuticas estão isentas do decreto.
Xangai e a província de Guangdong também pediram às empresas que estendessem o feriado até 9 de fevereiro.
A província de Hubei, onde fica o epicentro do surto, a cidade de Wuhan, pediu aos donos de negócios que continuassem fechados até 13 de fevereiro. Desde a noite de 1º de fevereiro, 25 das 31 cidades principais, províncias e regiões autônomas, estenderam o feriado.
Empresas japonesas como a Honda Motor e a Daikin Industries, as quais operam fábricas em Wuhan, decidiram reiniciar o trabalho após o dia 14. O efeito será profundo se as operações paralisadas se espalharem além da província de Hubei.
A fornecedora da Apple, a Foxconn Techonology, a maior fabricante de dispositivos eletrônicos do mundo, tem cerca de 70% de seus patrimônios fixos, como fábricas, na China, com cada local empregando de 700 mil a 1 milhão de trabalhadores.
Além de uma base de produção e desenvolvimento em Shenzhen, a gigante da tecnologia tem uma fábrica em Zhengzhou, na província de Hehan, que é chamada de a maior base de montagem de iPhone do mundo.
O efeito poderia oscilar para o setor automotivo do Japão. O país importou autopeças totalizando cerca de 347 bilhões de ienes em 2018, de acordo com a Organização de Comércio Exterior do Japão.
A quantidade é 10 vezes maior em comparação aos números em 2002 e 2003 durante o surto da SARS (síndrome respiratória aguda grave).
Fonte: Asia Nikkei