O primeiro-ministro Shinzo Abe disse na segunda-feira (27) que o Japão aprovará em breve o medicamento antiviral remdesivir para o tratamento de pacientes com coronavírus, no que será a primeira decisão do tipo no país em meio à pandemia.
Um oficial do governo disse separadamente que o medicamento será aprovado já no próximo mês para tratar pacientes com Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, visto que medidas para desenvolver medicamentos terapêuticos e vacinas vêm acelerando em todo o globo.
“A aprovação farmacêutica será possivelmente em breve”, disse Abe em uma sessão parlamentar.
O remdesivir foi desenvolvido pela companhia farmacêutica dos EUA Gilead Siences como possível tratamento para ebola.
Um ensaio clínico conduzido por uma equipe internacional em pacientes com sintomas severos de Covid-19 será concluído neste mês.
O New England Journal of Medicine publicou recentemente um estudo mostrando a eficácia do medicamento em cerca de 70% de 53 pacientes de coronavírus com sintomas severos, enquanto ele causou efeitos colaterais, como deterioração da função renal, em um quarto deles.
Um porta-voz da unidade do Japão da Gilead Sciences disse, “Estamos atualmente conduzindo ensaios clínicos e estamos focados em confirmar a eficácia e segurança do medicamento”.
Uma vez que uma aplicação pela Gilead Sciences for feita, o governo japonês deve acelerar sua aprovação. A otimização do processo – que envolve adiar relatórios sobre ensaios clínicos domésticos para uma data posterior – está disponível sob a condição de que o medicamento foi aprovado em um outro país.
No Japão o medicamento anti-influenza Avigan também passa por ensaios clínicos em pacientes de Covid-19, que dura até junho. Um estudo científico na China mostrou sua eficácia no tratamento da doença.
O governo japonês solicitou à Fujifilm Toyama Chemical, uma firma do grupo da Fujifilm Holdings, que aumentasse a produção do Avigan, também conhecido como favipiravir. Como há a preocupação de que o medicamento pode causar defeitos congênitos, ele não pode ser administrado a gestantes.
Também na segunda-feira, a Shionogi & Co disse que desenvolverá uma vacina para o novo coronavírus, visando iniciar ensaios clínicos neste ano.
Fonte: Mainichi