Brasil: dólar fecha acima de R$ 5,90

Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) desde a criação do real.

Cem dólares sobre notas de 50 reais (ilustrativa/PM)

Em meio a tensões no Brasil e no exterior, o dólar fechou acima de R$ 5,90 pela primeira vez na história. O dólar comercial encerrou a quarta-feira (13) vendido a R$ 5,901, com alta de R$ 0,036 (+0,61%). Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) desde a criação do real.

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Apesar da alta do dólar, o euro comercial caiu levemente e fechou a R$ 6,373, com recuo de 0,23%. A libra comercial encerrou o dia vendida a R$ 7,223, com alta de 0,02%.

O dólar chegou a abrir em queda, mas reverteu a tendência ainda pela manhã. Na máxima do dia, por volta das 13h, encostou em R$ 5,94. A divisa acumula alta de 47,06% em 2020.

O Banco Central (BC) interferiu um pouco mais no mercado do que nos últimos dias. A autoridade monetária fez dois leilões de contratos novos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. Ao todo, foi ofertado US$ 1 bilhão. O BC também comprou títulos da dívida pública externa brasileira com compromisso de devolvê-los em até três meses.

Nos últimos dias, os investidores têm repercutido a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a Selic (taxa básica de juros) para 3% ao ano. Além de reduzir a taxa além do estimado, o BC indicou que pretende promover novo corte de até 0,75 ponto percentual em junho, o que poderia levar a Selic para 2,25% ao ano.

Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais estrangeiros. As tensões políticas internas também interferiram no mercado.

No plano externo, a declaração de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, pressionou os mercados em todo o planeta.

Em videoconferência, ele disse que a instituição não pretende reduzir as taxas básicas de juros da maior economia do planeta para abaixo de zero. Sem o corte, diminui a diferença entre os juros básicos brasileiros e norte-americanos e a atratividade de investir capitais financeiros no Brasil.

Mercado de ações

O dia voltou a ser marcado por perdas no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta quarta-feira aos 77.772 pontos, com queda de 0,13%. Esse foi o terceiro dia seguido de recuo no indicador.

A bolsa alternou momentos de alta e de queda ao longo do dia, mas firmou a tendência de baixa nos minutos finais de negociação. O Ibovespa fechou no menor nível desde 24 de abril.

O mercado de ações brasileiro seguiu o cenário externo. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com forte perda de 2,17%. Além das declarações do presidente do Fed, o índice norte-americano tem sido influenciado pelo aumento na tensão comercial e diplomática entre Estados Unidos e China e pelo ressurgimento de casos de coronavírus em países que amenizaram as restrições sociais, como a Alemanha e a Coreia do Sul.

Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. Nos últimos dias, os investimentos têm oscilado entre possíveis ganhos com o relaxamento de restrições em vários países da Europa e em regiões dos Estados Unidos e contratempos no combate à doença.

Via Agência Brasil

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Aumento de pedidos do seikatsu hogo em Tóquio e outras províncias

Publicado em 14 de maio de 2020, em Sociedade

Está sendo observado aumento dos pedidos de seikatsu hogo, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Poderá ultrapassar o período de crise de 2008.

Exemplo de formulário de solicitação do programa de assistência da cidade de Yokkaichi (prefeitura)

Nesse período de isolamento social e com empresas fechadas temporariamente por causa da disseminação do novo coronavírus, aumentou o desemprego no Japão. 

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A emissora estatal NHK realizou uma pesquisa nos 23 bairros de Tóquio e levantou que houve um aumento de pedidos de assistência social nos guichês do seikatsu hogo. 

O total de pedidos foi superior a 2 mil o que significa aumento de 30% em relação ao mesmo mês de abril do ano passado.  

Segundo levantamento da NHK em março foram 1.858 e em abril 2.058 solicitações. O aumento ocorreu depois da declaração do estado de emergência, pois estabelecimentos comerciais como cafés, bares e restaurantes foram obrigados a fechar temporariamente as portas. Muitos dos funcionários arubaitos ficaram sem rendimentos e também sem local para dormir, pois os internet cafés também foram alvo de fechamento. 

Há uma tendência de aumento nos próximos meses também. Não só em Tóquio como nas demais províncias do país. 

Crise do coronavírus pode ser pior do que de 2008

Um levantamento realizado pelo jornal Nishi Nippon na região Kyushu verificou que na província de Saga o aumento chegou a 60% em relação ao mesmo mês de abril do ano passado. 

Em Miyazaki o aumento foi de 45%, em Nagasaki de 24% e de 19% em Fukuoka e Kagoshima. 

O jornal levantou os dados de 2008, logo após a crise desencadeada pela falência dos Lehman Brothers em setembro. Nesse mês eram 28.427 beneficiários somente na cidade de Fukuoka (província homônima). Em setembro do ano seguinte, em 2009, o número subiu para 32.582 e em 2010, mais um ano depois somavam 38.077. 

Um funcionário da prefeitura disse “a crise econômica desta vez afetou uma gama maior de indústrias do que no Lehman Shock. O número de beneficiários pode aumentar ainda mais a partir deste momento”. 

Fontes: NHK e Nishi Nippon

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