O aquecimento global causado pelos humanos intensificou as velocidades de ventos dos furacões, tufões e ciclones em todo o globo, de acordo com um novo estudo divulgado na segunda-feira (18).
Essas tempestades, coletivamente chamadas de ciclones tropicais, são algumas das mais poderosas e destrutivas da natureza. O Furacão Dorian categoria 5, por exemplo, causou destruição em partes das Bahamas no ano passado, com ventos de 297Km/h.
Cientistas estudaram 40 anos de imagens de satélite para chegar a essas conclusões.
“Nossos resultados mostram que essas tempestades se tornaram mais fortes em níveis globais e regionais, o que é consistente com expectativas de como furacões respondem a um mundo em aquecimento”, disse o autor líder do estudo James Kossin da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional – NOAA.
O aquecimento global, também conhecido como mudança climática, é causado pela queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, os quais liberam gases de efeito estufa como dióxido de carbono na atmosfera da Terra.
Isso fez com que o planeta ficasse mais quente a níveis que não podem ser explicados por fatores naturais.
O estudo foi liderado por cientistas da NOAA e da Universidade de Winsconsin e publicado no jornal peer-reviewed (revisto em pares) Proceedings da Academia Nacional de Ciências.
Kerry Emanuel, especialista em furacões no Instituto de Massachusetts de Tecnologia que não estava envolvido no estudo, disse que as descobertas estavam “muito em linha com o que era esperado”, de acordo com o jornal New York Times.
Cientistas disseram que as chances de furacões se tornarem categoria 3 ou superior aumentaram em cada uma das 4 décadas passadas. A maioria das mortes e destruição em decorrência de furacões vem de tempestades categoria 3 ou acima, que são conhecidas como “grandes” furacões.
“A mudança é de cerca de 8% por década”, disse Kossin ao CNN.
“Em outras palavras, durante sua vida, um furacão tem 8% de probabilidade de ser um grande furacão nessa década se comparado à última”.
O estudo observou somente a velocidade os ventos dos furacões, não suas precipitações ou marés de tempestade, disse Kossin.
A pesquisa se constrói no trabalho anterior de Kossin, publicado em 2013, o qual identificou tendências em intensificação de furacão por um conjunto de dados de 28 anos. Entretanto, diz Kossin, o intervalo de tempo foi menos conclusivo e exigiu mais estudos de caso de furacões para demonstrar resultados estatisticamente significativos.
“O estudo concorda com o que esperaríamos ver em um clima quente como o nosso”, disse Kossin. “É um importante passo e aumenta nossa determinação de que o aquecimento global deixa os furacões mais fortes”.
A NOAA divulgará sua previsão para a temporada de furacões na quinta-feira (21).
Fonte: USA Today