Os preços das passagens aéreas devem cair quando os voos reiniciarem, mas então poderão aumentar em pelo menos 50%, alerta um órgão da indústria global.
Companhias aéreas estão dispostas a colocar suas frotas de volta aos céus rapidamente o que poderia levar a uma capacidade sobrecarregada, diz a Associação Internacional de Transporte Aéreo – IATA.
É provável que a demanda de passageiros continue baixa e isso poderia colocar pressão sobre as aéreas para que elas reduzam os custos de voos.
Mas se as companhias aéreas forem forçadas a manter os assentos do meio vazios elas precisarão aumentar as tarifas significativamente.
Sob as atuais propostas de distanciamento social, aéreas podem ser solicitadas a manter as poltronas do meio livres, o que teria um grande impacto em seus lucros, visto que elas seriam forçadas a voar com menos passageiros. Michael O’Leary, chefe da Ryanair, disse que manter os assentos do meio vazios era “absurdo”.
A maioria das aéreas já enfrenta dificuldades com a crise severa no número de passageiros com grande parte de suas aeronaves no chão.
Na terça-feira (5), a Virgin Atlantic disse que cortaria mais de 3 mil empregos e encerraria suas operações no Aeroporto de Gatwick, na Inglaterra. No mês passado, a Virgin Australia entrou em administração voluntária e analistas temem que outras aéreas seguirão a tendência.
“É complicado compreender quantas companhias aéreas serão capazes de operar com lucros. Será uma indústria bem menor”, disse Brian Pearce, chefe economista da IATA, falando sobre as propostas de distanciamento social a bordo.
Sua equipe argumenta que o distanciamento social através de poltronas do meio vazias não é garantia contra a propagação do coronavírus nos aviões. Ao invés disso, a IATA apoia a ideia do uso de máscaras por passageiros para um voo mais seguro.
O raio de esperança para passageiros é que eles poderiam ver preços de passagens mais baratos uma vez que os voos forem retomados, visto que as companhias tentam estimular a demanda.
As aéreas só poderão aumentar as tarifas quando os números de passageiros se recuperarem, mais isso será apenas em 2021 o mais brevemente, estima a IATA.
Fonte: BBC