Coronavírus provavelmente começou a se espalhar na China no outono passado

Encontrar a origem requer cooperação e informação do governo chinês.

Ilustração 3D do coronavírus (PM)

É provável que o novo coronavírus tenha começado a se espalhar na China no outono passado, de acordo com análises separadas de seu genoma realizadas por equipes de pesquisa no Reino Unido e em outros lugares.

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Essas análises, as quais cobrem toda informação genética sobre o vírus, indicam a atual transmissão de pessoa para pessoa antes do primeiro paciente ter sido confirmado na cidade chinesa de Wuhan. Mas nenhuma pista confirma de onde o vírus veio ou como ele se transformou, deixando um mistério ainda mais profundo.

Embora evidência sugira que originalmente o coronavírus tenha vindo de morcegos, continua incerto se ele foi transmitido diretamente aos humanos ou chegou às pessoas através de um outro animal.

O primeiro paciente confirmado com pneumonia causada pelo coronavírus foi identificado em 8 de dezembro, de acordo com a cidade de Wuhan. Médicos chineses reportaram ao The Lancet, um jornal médico líder no Reino Unido, que esse paciente começou a exibir sintomas em 1º de dezembro. Mas muitas questões rodeiam se esse foi realmente o primeiro caso.

Equipes no mundo estão analisando o genoma do vírus para descobrir quando ele foi transmitido aos humanos e informação está sendo coletada em uma base de dados internacional. Traçar as mutações do vírus pode revelar quando a transmissão de pessoa para pessoa começou.

Pesquisadores no University College London estimam que as infecções entre pessoas começaram entre 6 de outubro e 11 de dezembro, baseados em informação genética sobre o vírus coletadas de 7,5 mil pacientes na China, Europa, EUA e outros lugares. A equipe sugere que o vírus se espalhou além da China bem antes e eventualmente causou a pandemia.

Uma equipe separada da Universidade de Cambridge no Reino Unido estima que as infecções se espalharam para as pessoas entre meados de setembro e início de dezembro, baseados em um estudo de material genético de cerca de mil pessoas.

A pesquisa da Cambridge também sugere que o vírus pode não ter se originado em Wuhan.

Uma ancestral comum ao novo coronavírus, que está próximo de um tipo encontrado em morcegos, parece ter se originado na China, disse Peter Forster, membro do Instituto McDonald para Pesquisa Arqueológica na Cambridge. Mas esse ancestral havia sido encontrado com mais frequência fora de Wuhan, como mais ao extremo sul na província de Guangdong, até meados de janeiro.

A pesquisa para quando e onde o surto começou também empregou outros tipos de análises.

A Universidade de Harvard, recentemente, usou imagens de satélite para determinar que a taxa de utilização de estacionamentos em grandes hospitais em Wuhan aumentou significativamente em agosto passado. Especialistas dizem que enquanto esse tipo de análise seja inconclusivo, a imagem dos estacionamentos poderiam estar relacionadas à Covid-19.

Relatórios também sugerem que o vírus chegou à Europa e aos Estados Unidos e começou a se espalhar bem antes do que o imaginado. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA publicou um relatório antecipado o qual disse que a doença pode ter começado a se espalhar no país entre o fim de janeiro e início de fevereiro.

Originalmente, a China disse que o vírus começou nos mercados de rua de Wuhan, mas depois emitiu uma retração. Pequim também negou afirmações da administração do presidente dos EUA Donald Trump de que o vírus saiu de uma instalação de pesquisa de Wuhan.

A Organização Mundial da Saúde diz que é incerto que o vírus tenha se originado nos mercados de Wuhan. A OMS está considerando despachar uma equipe de pesquisa para auxiliar esforços internacionais em rastrear o vírus a sua origem, mas encontrar a fonte exigirá cooperação e informação do governo chinês.

Fonte: Asia Nikkei

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Casos de dengue na Indonésia aumentam junto aos de coronavírus

Publicado em 22 de junho de 2020, em Ásia

A Indonésia registrou cerca de 68 mil casos de dengue desde janeiro, com pelo menos 349 mortes. O coronavírus complica ainda mais a situação.

Homem de máscara e Aedes aegypti, o mosquito da dengue (ilustrativa/PM)

O número de casos de dengue está aumentando na Indonésia, disseram oficiais da saúde nesta segunda-feira (22), enquanto o país luta para reduzir a propagação do novo coronavírus.

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A Indonésia registrou cerca de 68 mil casos da infecção viral transmitida por mosquito desde janeiro, com pelo menos 349 casos fatais, de acordo com Siti Nadia Tarmizi, diretora de transmissão vetorial e controle e prevenção de doença zoonótica no Ministério da Saúde.

O aumento de ocorrências da dengue deixaram oficiais perplexos, visto que os casos, que coincidem com uma temporada de chuvas, geralmente atingem o pico em março e diminuem nos meses subsequentes, mas eles não tiveram declínio neste ano.

“Desde junho podemos ver de 100 a 500 casos de dengue por dia”, disse Tarmizi em uma coletiva de imprensa em Jakarta. “Não sabemos por que houve algo diferente neste ano”.

Complicando ainda mais a questão é a pandemia do novo coronavírus. Das 460 jurisdições nas 34 províncias do país reportando casos de dengue, 439 delas também registraram casos de Covid-19.

Em alguns casos, as pessoas desenvolvem dengue e Covid-19, disse ela.

“É possível que aqueles que estão sendo infectados pela Covid-19 correm o risco de serem infectados pela dengue”, disse Tarmzi, alertando que como o coronavírus, não há medicamento específico para tratar a dengue e uma vacina disponível “não funciona eficazmente”.

Casos de dengue a nível nacional têm diminuído todo ano desde 2016 quando 204.171 pessoas foram infectadas. Na Indonésia, a doença causou 1.598 mortes em 2016, 493 em 2017, 344 em 2018 e 917 em 2019.

Mosquitos que carregam o vírus da dengue aparecem na Indonésia mais frequentemente quando o país transita da temporada de chuvas para a estação seca entre março e abril.

Fonte: Kyodo News and Culture

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