‘Culpa é de quem se infecta’ pensa parte dos japoneses

Uma parte dos japoneses pensa que se a pessoa testou positivo para o novo coronavírus foi ela quem vacilou, bem diferente nos outros países.

Imagem ilustrativa de quem aponta o dedo para outro (Tumisu por Pixabay)

A professora Asako Miura e sua equipe de psicólogos, da Universidade de Osaka, informaram na segunda-feira (29) o resultado de uma pesquisa mostrando que parte do povo japonês pensa que se a pessoa testou positivo para o novo coronavírus é porque foi o culpado por isso.

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Em março e abril, sua equipe realizou uma pesquisa pela internet, entrevistando de 400 a 500 pessoas, em 5 países. Foram Japão, Estados Unidos, Reino Unido, Itália e China.

Uma das perguntas foi “você pensa que a pessoa que se infecta foi como uma punição, porque mereceu?”.

Os entrevistados podiam escolher respostas em 6 níveis, desde não penso de jeito nenhum a concordo plenamente.

Como resultado para resposta sim, foi de 1% nos Estados Unidos, 1,5% no Reino Unido, 2,5% na Itália escolheram uma das três respostas: acho que sim, um tanto quanto sim e absolutamente sim. Na China foi de 4,8% enquanto no Japão o índice de respostas positivas foi de 11,5%, portanto, o mais alto.

Por outro lado, 60 a 70% dos entrevistados de outros países responderam acho que não, mas no Japão 29,5%, portanto, bem mais baixo que nos demais países.

Tendência a culpar quem é vítima

A professora coordenadora da pesquisa disse “no Japão, há uma forte tendência a culpar as pessoas que são vítimas, não somente em relação ao novo coronavírus, como em outras situações”.

Ela destacou que no caso da mulheres atacadas aleatoriamente, em geral as pessoas costumam julgá-las dizendo “quem sai andando tarde da noite é que é culpada”. A professora Miura aponta que “existe a possibilidade de que essa consciência leve à ideia de que a infecção é considerada responsabilidade do indivíduo”.

Fonte: Yomiuri

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Produção nacional de montadoras japonesas tem queda recorde de 62% em maio

Publicado em 30 de junho de 2020, em Sociedade

O resultado foi pior do que a queda recorde anterior de 60,1% em abril de 2011, quando o massivo terremoto e tsunami causaram extensas interrupções nas redes de fornecimento.

Uma linha de montagem em fábrica no Japão (ilustrativa/PM)

A produção nacional de 8 principais montadoras japonesas em maio caiu um recorde de 61,8% em comparação ao ano anterior para 287.502 veículos devido a fechamentos de fábricas e queda na demanda em meio à pandemia de coronavírus, de acordo com dados divulgados pelas companhias na segunda-feira (29).

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O declínio, que seguiu uma queda de 46,7% em abril, foi o mais acentuado desde 1967, quando dados comparáveis se tornaram disponíveis. O resultado foi pior do que a queda recorde anterior de 60,1% em abril de 2011, quando um massivo terremoto e tsunami no nordeste do Japão causaram extensas interrupções nas redes de fornecimento.

A produção doméstica deve ter um declínio mais leve nos próximos meses. Montadoras japonesas reiniciaram gradualmente a produção em junho, embora seja improvável que o volume retorne logo aos níveis antes da pandemia, visto que as infecções continuam aumentando em alguns grandes mercados.

A Mazda disse que sua produção nacional em maio caiu 83,6% após uma queda de 86,5% em abril. A Nissan, a terceira maior montadora do Japão em volume, registrou seu maior declínio mensal de 78,7% em maio. A Subaru também registrou uma queda mensal na produção doméstica de 77,8% no mês reportado.

A Toyota, a montadora líder do Japão, disse que sua produção doméstica caiu 57% para 122.744 veículos no mês.

Produção no exterior

A produção combinada do exterior das 8 montadoras caiu 61,7% para 629.256 veículos em maio, melhorando ligeiramente de uma queda de 67,9% em abril graças à recuperação da demanda na China.

A Subaru, que tem somente uma fábrica no exterior nos EUA, viu uma queda de 87,7%, enquanto a Suzuki disse que sua produção internacional caiu 92,7% devido amplamente à desaceleração da demanda na Índia, seu maior mercado, apesar de retomada parcial de produção no país.

Na China, a produção da Mazda cresceu 58,1%, enquanto a Toyota e a Nissan registraram aumentos de 13,5% e 2,1%, respectivamente, em comparação ao ano anterior, visto que o surto de coronavírus no país diminuiu, disseram as companhias.

As exportações das 8 montadoras em maio caíram 67,3% para 110.996 veículos em comparação ao mesmo mês no ano passado devido à produção em queda e fraca demanda nos mercados do exterior.

Em relação à Toyota, a pandemia fez com que sua produção global em maio caísse 54,4% ante o ano anterior para 365.909 veículos, a queda mais acentuada desde 2004 quando dados comparáveis se tornaram disponíveis.

Suas vendas globais caíram 31,8% para 576.508 veículos no mês reportado, embora tenha sido uma melhora da queda de 46,3% em abril.

A gigante dos automóveis disse que sua produção global caiu pelo quinto mês consecutivo, com a produção no exterior diminuindo 53% para 243.165 unidades devido a pedidos para ficar em casa e queda na demanda em todo o mundo.

A produção da Toyota caiu 78,5% na América do Norte e 58,9% na Europa devido amplamente à fraca demanda em meio à pandemia de Covid-19.

A Honda, a segunda maior montadora do Japão em volume, disse que sua produção global caiu 51,8% para 221.601 veículos em maio, marcando o décimo mês consecutivo de declínio. Mas a produção na China quase se recuperou ao nível no mesmo mês do ano passado, caindo 1,4%.

Fonte: Mainichi

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