O Fundo Monetário internacional – FMI reduziu suas previsões de crescimento da economia global para 2020, dizendo que a pandemia de coronavírus está causando uma recessão bem mais acentuada e uma recuperação mais lenta do que o inicialmente esperado.
A organização disse na quarta-feira (24) que o PIB (Produto Interno Bruto) global encolherá em 4,9% neste ano, rebaixando sua estimativa de abril, quando a produção estava prevista para encolher em 3%.
Isso já deveria ser a queda mais profunda desde a Grande Depressão dos anos 1930.
A pandemia está causando um “declínio sem precedentes na atividade global”, de acordo com o FMI. A organização disse que o mercado de trabalho global tomou um golpe “catastrófico”, o movimento fora de casa se mantém reprimido, companhias reduziram investimentos e os gastos do consumidor diminuíram de forma significativa.
“A pandemia de Covid-19 teve um impacto mais negativo sobre atividades no primeiro semestre de 2020 do que o antecipado, e a recuperação está projetada para ser mais gradual do que o anteriormente previsto”, disse o FMI em seu relatório.
A perspectiva é um pouco mais otimista do que aquela fornecida pelo Banco Mundial e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, as quais recentemente previram que o PIB global encolheria em 5,2% e 6%, respectivamente, antes de se recuperarem em 2021.
Contudo, o FMI alertou sobre um “grau de incerteza maior que o normal” em torno de sua previsão, a qual ele diz ter sido baseada em várias hipóteses, incluindo condições financeiras estáveis.
Embora toda região deva enfrentar recessão em 2020, haverá “diferenças substanciais por todas as economias individuais”, disse o FMI.
Previsão para a economia do Japão
O FMI na quarta-feira previu que a terceira maior economia do mundo encolherá 5,8% em 2020. Em abril, quando os danos do coronavírus eram menos claros, ele projetou uma contração de 5,2% para o Japão, um pouco menos do que em 2009.
O rebaixamento do Japão ocorreu em meio a uma onda de cortes a previsões de crescimento para principais países no globo.
Apesar das projeções em deterioração, o FMI disse que ainda vê o Japão sofrendo menos do que seus parceiros das nações do G7 (Grupo dos 7), cujas economias encolherão mais de 9% em média.
No Japão a administração do primeiro-ministro Shinzo Abe se esforçou para obter incentivo financeiro para residentes e empresas, mas o surto também foi menos severo do que nos EUA e em grande parte da Europa.
No fim do mês passado o governo conseguiu suspender um estado de emergência nacional e deu um passo a mais na semana passada ao cancelar restrições sobre viagens domésticas.
Fonte: CNN , Bloomberg