O Brasil na quinta-feira (16) passou a marca de 2 milhões de casos confirmados de coronavírus, com pouco sinal de que a taxa de aumento está diminuindo.
Somente 27 dias se passaram desde o dia que o Brasil, que tem o segundo maior surto do vírus no mundo após os EUA, chegou a 1 milhão de casos. Nas últimas semanas, houve cerca de 40 mil casos confirmados por dia, de acordo com números do governo.
Em contraste, 43 dias se passaram entre 1 e 2 milhões de casos confirmados nos EUA, onde a propagação do coronavírus diminuiu brevemente em maio antes de acelerar novamente em junho, de acordo com um cálculo da agência Reuters.
Na quinta-feira, casos confirmados no Brasil totalizaram 2.012.151, enquanto o número de mortes chegou a 76.688.
O Brasil, o maior país da América Latina, é lar para cerca de 210 milhões de pessoas – cerca de dois terços o tamanho da população dos EUA.
Em ambos os países, o contágio explodiu porque o vírus ganhou força em novas áreas longe das grandes cidades.
Em algumas grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, onde o surto emergiu pela primeira vez no Brasil, novos casos diários estabilizaram e até começaram a diminuir lentamente. Entretanto, isso foi compensado por surtos em outras regiões.
Dentre os estados com os surtos que mais aumentam rapidamente são Rio Grande do Sul e Paraná no sul do Brasil.
“A doença evoluiu não somente ao longo do tempo, mas também sobre geografias”, disse Roberto Medronho, professor de medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Ainda não chegamos ao pico no Brasil por causa dessas sucessivas epidemias ocorrendo em várias regiões”.
Ele disse que modelos mostram que os próximos milhões de casos no Brasil podem vir mais lentamente, já que agora há menos lugares não tocados no país. Até o fim de julho ou primeira metade de agosto, Medronho disse que novos casos diários podem começar a diminuir nacionalmente.
Entretanto, especialistas na área da saúde estão manifestando preocupação sobre o panorama em agravamento no sul do Brasil, que tem o clima mais frio durante o inverno no hemisfério sul, agora em curso, e uma população mais idosas do que o resto do país.
Fonte: CNA