As exportações do Japão no primeiro semestre de 2020 registraram a maior queda em 10 anos e meio, enquanto a pandemia de coronavírus pesou grandemente na demanda do exterior por carros e outros produtos industriais, mostraram dados do governo nesta segunda-feira (20).
No período de janeiro a junho, as exportações caíram 15,4% ante o ano anterior para ¥32,36 trilhões ($300 bilhões), a queda mais acentuada em uma base semestral desde uma diminuição de 22,8% na segunda metade de 2009, na sequência da crise financeira global, de acordo com relatório preliminar do Ministério das Finanças.
Por item, as exportações de carros do país caíram 30,9% em comparação ao ano anterior, a maior queda desde uma de 34,4% na segunda metade de 2009. As exportações de autopeças diminuíram 29%.
A terceira maior economia do mundo registrou um déficit comercial de produtos de ¥2,24 trilhões no período de 6 meses, o maior desde os ¥5,19 trilhões registrados no último semestre de 2014. Isso marcou o quarto semestre consecutivo no vermelho.
As importações caíram 11,6% em comparação ao ano anterior para ¥34,60 trilhões, a queda mais acentuada desde uma de 14,4% na segunda metade de 2016.
O superavit do Japão contra os EUA foi o menor para um semestre desde o ¥1,62 trilhão postado na primeira metade de 2011, quando o massivo terremoto e tsunami devastaram o nordeste do Japão em março daquele ano.
As exportações para a maior economia do mundo caíram 27,2% em relação ao ano anterior para ¥5,70 trilhões, com uma queda de 42,9% nas exportações de carros contribuindo principalmente para o declínio geral. As importações diminuíram 9,7%, para ¥3,95 trilhões, visto que a demanda por motores de avião e petróleo bruto encolheram devido a restrições no tráfego aéreo impostas em meio à pandemia.
Em relação à China, onde a pandemia do vírus foi detectada pela primeira vez em dezembro passado, as exportações caíram 3,6% ante o ano anterior para ¥6,78 trilhões, sobrecarregadas por declínios nos envios de itens como materiais de produtos químicos e autopeças.
Fonte: Kyodo News and Culture