Tenda exibindo o nome da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (ilustrativa- banco de imagens/PM)
Uma carga de 13 toneladas de produtos de beleza, como extensões de cabelo e perucas, feitos de cabelos humanos foi apreendida na quarta-feira (30) pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) no Porto de Nova Iorque/Newark.
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De acordo com a CBP, a carga é originária de Xinjiang, sinalizando potenciais abusos de direitos humanos de trabalho forçado e prisão. Os produtos foram avaliados em US$800 mil.
Xinjiang é uma região rural autônoma no nordeste da China e lar para cerca de 11 milhões de uigures, uma minoria étnica muçulmana com uma língua e cultura distintas. Até recentemente, havia muito mais uigures em Xinjiang do que hans, a maioria étnica que forma o resto do país.
O Departamento de Estado dos EUA estima que mais de 1 milhão de uigures foram detidos em uma massiva rede de campos de concentração em Xianjing, onde eles estariam “sujeitos a tortura, tratamento cruel e desumano, como abuso físico e sexual, trabalho forçado e morte”.
Além de doutrinação política, ex-detidos disseram ao CNN que eles vivenciaram privação de sono, falta de comida e injeções forçadas.
Essa é a segunda vez neste ano que a CBP apreendeu produtos da China suspeitos de terem sido feitos com cabelos de prisioneiros.
“É absolutamente essencial que importadores americanos garantam que a integridade de suas redes de fornecimento atendam aos padrões humano e ético esperados pelo governo americano e pelos consumidores americanos”, disse Brenda Smith, assistente executiva do Escritório de Comércio da CBP.
“A fabricação desses produtos constitui uma grave violação de direitos humanos, e a ordem de apreensão é destinada a enviar uma mensagem clara e direta a todas as entidades que buscam fazer negócios com os EUA de que práticas ilícitas e desumanas não serão toleradas nas redes de fornecimento do país”.
Fonte: CNN