Rua vazia na Cidade do Cabo, África do Sul, em 6 de abril de 2020 (banco de imagens PM)
Os casos confirmados de coronavírus na África passaram de 1 milhão, mas especialistas globais dizem que o número real é provavelmente várias vezes maior, refletindo a grande falta de testes para a população de 1,3 bilhão do continente.
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Enquanto especialistas dizem que os números de infecções em nações mais ricas possam ser significativamente menores do que os reais, os casos não detectados são um grande perigo para a África, com um dos sistemas de saúde mais fracos do mundo.
Sabendo imediatamente que estavam em desvantagem, nações africanas se uniram no início da pandemia para buscar testes necessários e suprimentos médicos e defender acesso igualitário para qualquer vacina de sucesso. Fechamentos rápidos de fronteiras atrasaram a propagação do vírus.
Contudo, o país mais desenvolvido da África, a África do Sul, não conseguiu cooperar porque leitos hospitalares ficaram lotados e casos confirmados estão em mais de meio milhão, ficando em quinto no mundo.
O país tem a capacidade de teste e coleta de dados mais extensa da África, e mesmo assim um relatório do Conselho de Pesquisa Médica Sul-Africano na semana passada mostrou que muitas mortes por Covid-19 estavam passando sem ser contadas. Outros óbitos foram atribuídos a outras doenças, visto que as pessoas evitam centros de saúde e recursos são redirecionados para a pandemia.
Somente dois países africanos no início da pandemia estavam equipados para testar pessoas.
Agora, praticamente todos têm capacidade básica, mas suprimentos são geralmente escassos. Alguns países têm apenas uma única máquina de testes.
“Estamos lutando contra essa doença no escuro”, disse o especialista Stacey Merans do Comitê de Resgate Internacional. Além disso, a África tem somente 1,5 mil epidemiologistas, um déficit de cerca de 4,5 mil.
Fonte: Mainichi