O brasileiro Nelson Potente de Oliveira, 43 anos, residente em Kakegawa (Shizuoka), passou por um momento de tensão quando a carreta dirigida por ele tombou.
O acidente foi por volta das 7h20 de terça-feira (29), na estrada nacional 424, na montanha da província de Wakayama, nas imediações de Kamidaka. Segundo Oliveira, foi a 16 quilômetros do seu destino final, cujo compromisso da entrega estava marcado para 8h30. Faltava pouco para completar os 380 quilômetros.
Relata que estava com uma carga de ferro para construção civil, de 28 toneladas, impedimento para trafegar na via expressa. Por isso, dirigiu pelas rodovias nacionais (kokudo) pois geralmente oferecem mais condições para os caminhões de grande porte.
No entanto, na subida da montanha estranhou que a rodovia que estava boa para tráfego repentinamente estreitou e se deparou com uma curva. Para quem dirige carreta carregada sabe que é difícil parar e, ao fazer a curva, 3 dos pneus traseiros encostaram na beira do asfalto. Com isso, o asfalto cedeu fazendo a carreta tombar.
Susto e alívio
O motorista brasileiro viu o vidro frontal quebrado e foi por aí que saiu ileso. Em seguida viu que havia vazamento e, depois de informar a empresa, ligou imediatamente para o Corpo de Bombeiros. Só depois chamou a polícia, mas essa tinha sido informada pelos bombeiros.
Temia que fosse vazamento do combustível ou óleo do motor e poderia contaminar o rio que passa abaixo. Mas, depois foi constatado que se tratava da água do radiador.
Alerta aos colegas
Oliveira disse que viu algo escrito em kanji na placa branca nessa rodovia, bem antes do local do acidente. Mas não tinha nenhuma placa de proibição de tráfego de caminhão de grande porte (oogata), em formato triangular, por isso seguiu em frente.
No dia seguinte, durante a sua colaboração para sinalização da rota, em conversa com os peritos, o caminhoneiro brasileiro soube que exatamente nesse ponto já ocorreram acidentes semelhantes no passado. Ainda assim as autoridades locais não providenciaram a instalação dessa placa de proibição antes da subida. Assim, com esse caso ouviu que vão considerar a providência para evitar recorrência.
Ele relata que sem poder usar a via expressa escolheu uma rodovia nacional de 3 dígitos a uma outra opção de provincial, pois essa última costuma não ser totalmente trafegável para caminhões de grande porte. “Não esperava que acontecesse isso pois geralmente a kokudo é como se fosse uma BR do Brasil”, alertando os colegas de profissão para ficarem bem atentos às placas.
E também compartilha mais um aprendizado: que as rodovias nacionais com 2 dígitos normalmente são 100% trafegáveis por caminhões de grande porte, mas as de 3 podem ter falhas como essa 424, que tem uma extensão de 118,4 quilômetros.
Motorista experiente
O caminhoneiro brasileiro relata “tenho de 9 a 10 anos de profissão, contando com o período que dirigia caminhões de menor porte”.
Bem próximo ao local onde ocorreu esse acidente tem um templo bem antigo. “Senti uma energia boa desse local”, disse. Emendou dizendo que os japoneses lhe disseram que se tivesse avançado naquela rodovia que ficou muito estreita talvez pudesse ter acontecido um acidente pior.
Embora tenha levado um grande susto “o mais importante é que saí ileso”, afirma.
A carreta pertence à empresa onde trabalha e tem seguro. “A carga não foi danificada, mas o cavalo sim”, explicou.
Assista ao vídeo da transmissão ao vivo feita por ele na manhã de quarta-feira (30).