Mais de 300 elefantes em Botsuana, no continente africano, morreram em decorrência de cianobactérias capazes de produzir toxinas em bolsões d’água, disseram oficias do governo da vida selvagem na segunda-feira (21). Mas essa explicação não convenceu alguns conservacionistas.
As mortes, que ocorreram ao longo de 3 meses, foram registradas pela primeira vez em maio e divulgadas no início de julho. Inicialmente a causa era um mistério.
Botsuana ordenou que testes de laboratório fossem realizados em amostras de carcaça, solo e água enquanto preocupações cresciam em relação às perdas.
As cianobactérias são rotineiramente encontradas na água, mas nem todas produzem toxinas.
Cientistas temem que a mudança climática poderá fazer com que a bactéria produza mais toxinas, visto que as temperaturas dos oceanos aumentam e as condições se tornaram mais favoráveis para o ser unicelular crescer.
Botsuana é lar para cerca de 130 mil elefantes-africanos, mais do que qualquer outro país no continente. No ano passado, o país eliminou uma proibição de caça a esses animais que estava em curso desde 2014, espalhando revolta internacional.
Alguns conservacionistas suspeitaram de caçadores pelas mortes dos elefantes que morreram em maio.
O vice-diretor dos Parques Nacionais e Vida Selvagem do país, Cyril Taolo, disse na segunda-feira que o governo tinha descartado envolvimento humano nas mortes.
“Nesse caso, a evidência disponível está mostrando que isso foi uma ocorrência natural”, disse ele em uma coletiva de imprensa.
Taolo disse que pistas adicionais no solo, incluindo que os elefantes mortos estavam todos com suas presas intactas, aumentaram ainda mais as conclusões do governo de que as mortes foram causadas naturalmente. “Descartamos a caça”, disse ele.
Contudo, conservacionistas céticos estão exigindo que os resultados completos das investigações do governo sejam divulgados.
“Se é ou foi em bolsões d’água, por que foram somente elefantes os afetados?”, disse ao CNN Keith Lindsay, bióloga de conservação, cuja pesquisa é focada nesses animais.
Lindsay disse que até a agora a evidência apresentada não é conclusiva o suficiente para descartar envolvimento humano.
O Delta do Okavango, onde as carcaças foram encontradas, é lar para 10% dos elefantes do país. A espécie é classificada como vulnerável na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza.
Fonte: CNN