Uma mulher de 66 anos que contraiu o vírus do HIV em 1992 poderia ser a primeira pessoa a ser curada da doença autoimune sem medicamentos ou um transplante de medula óssea, reportaram pesquisadores.
Loreen Willenberg, da Califórnia, EUA, vem sendo estudada há anos pelos cientistas, visto que ela é uma “controladora de elite” – uma das menos de 0,5% das pessoas com HIV cujo sistema imune naturalmente realiza o trabalho de medicamentos antivirais: ele suprime o vírus então ele fica praticamente indetectável, intransmissível e não pode se replicar.
Mas de acordo com a nova pesquisa, publicada no jornal científico Nature, Willenberg é a primeira pessoa no grupo exclusivo que parece ter erradicado completamente todos os vestígios do vírus.
Os pesquisadores estudaram 1,5 bilhão de células sanguíneas e células do intestino e reto de Willenberg, e todas estavam livres do HIV.
O caso sem precedentes espalhou esperança de que o mesmo poderia ocorrer para milhões de pessoas com HIV que estão fazendo uso de medicamentos antivirais para suprimir o vírus.
“Isso sugere que o tratamento em si pode curar pessoas, o que vai contra todos os dogmas”, disse ao NYT o Dr. Steve Deeks, especialista em AIDS e um dos autores do estudo.
Willenberg foi uma das 64 pessoas controladoras de elite estudadas pela equipe no Instituto Ragon, todas as quais controlaram o HIV sem medicamentos. As outras 63 incluídas na pesquisa conseguiram controlar o vírus naturalmente de uma maneira que ele não poderia se replicar.
O controle único de HIV de Willenberg e sua disposição para cooperar em pesquisa e ser identificada, tornou-a uma figura famosa dentro do campo de pesquisa HIV/AIDS e além.
“Curas” anteriores
Antes do estudo citado acima, duas pessoas foram declaradas “curadas” do HIV.
Timothy Ray Brown, um homem da Califórnia conhecido como “paciente de Berlim” porque ele recebeu tratamento na cidade alemã, se tornou a primeira pessoa a ser curada do HIV/AIDS em 2007 após ser submetido a um transplante de medula óssea para sua leucemia, o que pode ser um procedimento arriscado.
Mais de uma década depois de Brown, o “paciente de Londres”, Adam Castillejo, foi declarado curado do HIV em 2019, após um transplante de medula óssea para tratar seu linfoma.
Fonte: Business Insider