A embarcação que foi arrastada pela força das águas. Imagem registrada pela equipe do Portal Mie em 2011
Esta quinta-feira marca 10 anos do massivo terremoto e tsunami que atingiram o leste e nordeste do Japão, causando um severo acidente nuclear. As pessoas no país estão lembrando as vidas perdidas no desastre.
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O terremoto de magnitude 9 na escala Richter gerou ondas de mais de 10 metros de altura, causando a morte de 15,9 mil pessoas e deixando 2.525 desaparecidos. De acordo com o governo, desde a terça-feira (9), 3.775 outras morreram devido a problemas de saúde ou outras complicações relacionadas ao desastre.
Os sobreviventes que ainda moram em abrigos temporários em breve deixarão os locais. A construção de habitações públicas para pessoas que perderam suas casas foi finalizada em dezembro passado.
Contudo, mais de 41 mil pessoas são forçadas a viverem longe de suas terras natais principalmente por causa do acidente na planta de energia nuclear Fukushima Daiichi.
Vilas inteiras desapareceram. Imagem registrada pela equipe do Portal Mie em 2011
A planta sofreu fusão tripla no que é considerado o pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl. Mesmo uma década depois, vários municípios na província de Fukushima são áreas proibidas.
O governo japonês e a operadora da planta, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), projetam que o trabalho para desmantelamento da planta seja concluído até 2051. Um dos grandes desafios é como remover detritos radioativos de dentro dos reatores, onde níveis de radiação ainda são extremamente altos. A TEPCO estima que haja 880 toneladas de tais detritos.
A companhia estava planejando começar a remover os detritos a partir deste ano, mas a pandemia de coronavírus atrasou o processo em pelo menos 1 ano.
Casas totalmente destruídas. Imagem registrada pela equipe do Portal Mie em 2011
Um outro desafio é o que fazer com mais de 1,2 milhão de toneladas de água contaminada armazenada na planta em 10 anos desde o desastre.
A água é usada para resfriar os reatores danificados. O governo ainda precisa decidir como descartá-la.
A TEPCO e o governo também terão que lidar com uma quantidade exorbitante de lixo radioativo criado durante o trabalho de desmantelamento. A planta já gerou 470 mil metros cúbicos de tais resíduos, que estão armazenados na planta. Eles ainda precisam avaliar o quanto mais de lixo será produzido até a conclusão do desmantelamento.
A cerimônia em homenagem às vítimas será realizada neste ano. Ela foi cancelada em 2020 por causa da pandemia.
Fonte: NHK