Um francês que entrou em greve de fome em Tóquio buscando acesso aos filhos disse na sexta-feira (30) que ele havia encerrado seu protesto para ser submetido a uma cirurgia em seu dedo após uma queda.
Por 3 semanas, Vincent Fichot sentou no lado de fora de uma estação de trem perto do Estádio Olímpico em uma tentativa de se reunir com seus dois filhos, os quais ele diz terem sido raptados pela mãe japonesa em 2018.
O ex-trabalhador na área de finanças de 39 anos disse à AFP que havia encerrado sua greve de fome a fim de reganhar forças antes de uma operação sob anestesia geral.
Ele disse que havia fraturado seu dedo em um queda na quarta-feira (28), tendo perdido 14Kg desde o início de seu protesto em 10 de julho pesando 80Kg.
“Obrigado pelo suporte de vocês. A luta continua”, tuitou Fichot.
Custódia conjunta em casos de divórcio ou separação não existe legalmente no Japão, onde raptos parentais são comuns e geralmente tolerados pelas autoridades locais.
Fichot, que mora no Japão há 15 anos, diz que sua ex-esposa o acusou no tribunal de violência doméstica, mas que depois retirou a queixa.
O advogado da esposa se recusou a comentar com a agência de notícias AFP no início do mês, apenas denunciando reportagens “tendenciosas” da mídia.
Não existem números oficiais, mas grupos de direitos humanos estimaram que cerca de 150 mil menores são separados forçadamente de um dos pais todos os anos no Japão.
O presidente francês Emmanuel Macron levantou a questão com o primeiro-ministro Yoshihide
Suga em 24 de julho enquanto estava no Japão para participar da cerimônia de abertura das Olimpíadas.
Mas Fichot, que não vê seu filho de 6 anos e sua filha de 4 desde agosto de 2018, disse que o apelo de Macron não “havia mudado nada” sobre sua situação.
Antes de ter encerrado seu protesto na sexta-feira, Fichot foi visitado por um grupo de 10 embaixadores de países da União Europeia, os quais manifestaram suporte para sua causa.
Os conselheiros de Macron, mas não o presidente em si, se encontraram com Fichot durante suas curtas viagens ao Japão.
Fonte: Japan Today