Dois terços das províncias do Japão estão vivenciando uma explosão de infecções por coronavírus, e um painel do Ministério da Saúde alertou que a situação da Covid-19 estava se aproximando do nível de um “desastre natural”.
De acordo com as diretrizes usadas por especialistas para classificar os níveis de propagação de infecção, 31 das 47 províncias do Japão estavam no estágio 4, o mais grave, o qual indica um “crescimento explosivo” de infecções.
O painel recomendou que residentes evitem sair e fazer viagens entre províncias durante o feriado, citando que uma situação de crise pode vir à tona, resultando em muitas mortes.
Para o período de uma semana até 10 de agosto, havia 77.6 novos casos de Covid-19 para cada 100 mil residentes, um aumento de 1.33 em relação à semana anterior.
Dentre as províncias com proporções extremamente altas estavam Okinawa com 86.3%, Shiga com 81%, Fukushima com 79.2% e Kanagawa com 69.1%.
A variante mais infecciosa Delta continua a se espalhar rapidamente não somente na região Kanto, mas também em Kansai.
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas – NIID descobriu que cerca de 90% dos casos na região Kanto e aproximadamente 80% dos casos na região Kansai poderiam ser rastreados à variante Delta.
Notícias positivas, mas previsões desanimadoras
De acordo com estatísticas preliminares para junho compiladas pelo ministério da saúde, 5.387 idosos não vacinados se infectaram, e 232, ou 4.31%, morreram.
Em contraste, dos 112 idosos que se infectaram mesmo após duas doses de vacina, somente 1, ou 0.89%, morreu.
Apesar das notícias positivas sobre os efeitos do programa de vacinação em andamento, a reunião do painel de especialistas em 11 de agosto estava cheio de previsões desanimadoras.
Hiroshi Nishiura, professor de epidemiologia teórica na Universidade de Quioto, disse que se o atual ritmo de infecções continuar, Tóquio teria mais de 10 mil novos casos por dia até o fim de agosto e o número poderia se aproximar de 20 mil até o início de setembro.
Outros especialistas alertaram contra otimismo em relação a um número em declínio de casos de coronavírus durante o feriado de Obon. Eles disseram que números mais baixos de infecções seriam resultado de menos testes.
Fonte: Asahi