Imagem ilustrativa de família em reunião (banco de imagens)
Muito se tem sofrido na atualidade com a grande dificuldade que temos de lidar com os transtornos mentais. Não é difícil nos depararmos com um grande número de pessoas e até mesmo nossos próprios familiares enfrentando situações delicadas, limitantes, muitas vezes complexas e desconhecidas, e quando o diagnóstico de transtorno mental acontece, ficamos sem ação e nos perguntando o que fazer.
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Segundo o DSM-5, um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de seu desenvolvimento subjacentes ao funcionamento normal.
O indivíduo com transtorno mental precisa enfrentar barreiras diversas, a começar pela dificuldade que é deparar-se com uma desordem no seu quadro de saúde.
Depois vem a falta de conhecimento sobre o transtorno ou distúrbio, pois o nosso meio social ainda é carregado de preconceitos, muitas vezes limitante e excludente. Tudo isso dificulta ainda mais o tratamento e a vida das pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno. Nesse momento se faz necessário o apoio da família.
A família é primeiro espaço de convivência do ser humano. É referência fundamental para qualquer um de nós, independente da configuração. É com a família que aprendemos e incorporamos valores éticos, vivenciamos nossas primeiras experiências afetivas, onde começamos a assimilar representações e juízos. É o lugar que nos garante a sobrevivência e a proteção integral nas primeiras fases do desenvolvimento e possibilita a formação de cada ser em sujeito autônomo.
São esses laços tecidos durante parte da nossa formação como sujeitos, que nos momentos de fragilidade são necessários e muito importantes.
Somos seres do afeto, portanto, quando um membro da família é diagnosticado com algum transtorno mental, a família toda sente. E se não tomarmos alguns cuidados, o restante da família também pode adoecer.
Como a família pode ajudar no caso de transtorno mental?
Nem sempre é fácil encarar um diagnóstico de transtorno mental, ainda mais quando se trata de alguém que amamos.
Pode surgir um sentimento de impotência e culpa no caso dos pais; insegurança e preocupação por parte dos cônjuges.
A grande maioria dos transtornos é tratável e com o auxílio e o acolhimento da família, a fase de tratamento pode ser menos sofrida e a ajuda é muito valorosa.
Dicas:
- A família precisa estar atenta a possíveis mudanças no comportamento de seus membros
- Deve orientar e ajudar seu familiar a buscar ajuda médica ou psicológica quando perceber prejuízos na qualidade de vida dele
- Embora seja difícil desfocar do problema, o familiar saudável precisa manter-se otimista diante do fato, cuidar-se sempre, alimentar-se e manter seus bons hábitos, para poder contribuir com o tratamento
- Respeitar o espaço do familiar com transtorno e a si próprio, em momentos de possíveis irritabilidades, revoltas e tristezas
- A rede de apoio é muito importante. Tentar incluir mais familiares dentro do contexto e dos cuidados pode diminuir a sobrecarga. Quanto mais pessoas entenderem sobre o tema e acolherem, a pessoa com o transtorno se sentirá mais integrada e pertencente ao grupo
- Buscar contato com outras famílias que passem por situação semelhante e participar das rodas de conversa, pois possibilita trocas, enriquece o repertório de conhecimento e as ações
- Ter em mente os canais de pronto atendimento, antecipando-se às situações de crise ou recaída
Realmente leva um tempo para uma nova rotina se estabelecer. Não é uma tarefa fácil, pois demanda tempo, paciência, interesse, doação e afeto.
É preciso permitir-se ser afetado para poder afetar, e de alguma forma poder proporcionar ao nosso familiar com transtorno mental o conforto e a segurança que ele precisa. Demonstrar que não está sozinho, que todos estão aí para enfrentar juntos e que sim, é possível, em meio às dificuldades, ter mais leveza dentro do tratamento.
Boas reflexões!
Eliana Nonaka
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American Psychiatric Association (2014). DSM-5 Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5ª Ed.) Artmed
https://psiconlinews.com/2015/09/importancia-da-familia-no-desenvolvimento-do-individuo.html - acessado em 20/04/2022