Japonês quando foi preso (NHK)
Já se passaram dois meses desde que o japonês 山上徹也 (Tetsuya Yamagami), 41, atirou no ex-premiê Shinzo Abe, matando-o durante um comício de apoio aos candidatos locais em Nara (província homônima).
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Atualmente, Yamagami está sendo preso para avaliação psicológica no Centro de Detenção de Osaka e vem recebendo apoio de inúmeras pessoas de todo o Japão, motivo de polêmica.
As palavras que continuam ressoando na web são de compaixão por ele, inadequadas para um assassino. Segundo uma publicação da Jiji Press, mais de 1 milhão de ienes em dinheiro foram enviados ao centro de detenção, além de mangás, comidas e roupas, para dar suporte a Yamagami.
Como a quantidade de envio de mercadorias tem sido muito elevada, foram destinadas à sua família, através de seu advogado.
Pedido para minimizar a pena do assassino
E não é só isso. Foi criada uma campanha no site de coleta de assinaturas Change.org, em 15 de julho, um documento destinado ao Ministério Público para minimizar sua pena, com os argumentos de compaixão à sua dura história de vida e de que é honesto e trabalhador, com possibilidade de reabilitação.
O texto narra todas as mazelas sofridas, especialmente, desde que sua mãe se tornou fanática por essa instituição religiosa fundada por um sul-coreano, e Yamagami acreditou que foi a raiz da destruição da sua família, além de ter suposto que Abe tinha ligação com a seita. Até as 12h de terça-feira (13), 8.410 pessoas assinaram a petição.
“Se o governo tivesse reconhecido a Igreja da Unificação como uma seita ou a tivesse despojado de seu status de corporação religiosa, as vítimas não teriam sido encurraladas a esse ponto, não teria havido aumento no número de outras, e esse tipo de incidente não teria acontecido”, escreveu uma das pessoas que apoia a causa.
Vilão que é vítima
“Pedimos a redução da pena do sr. Yamagami. Os culpados são Abe e a Igreja da Unificação”, escreveu outro apoiador. “Ele é uma vítima” ou “Deve haver um espaço para atenuar sua pena”, escreveram outros.
Nos demais comentários as pessoas que apoiam a causa escreveram que compreendem a amargura acumulada ao longo dos anos de muito sofrimento, embora reconheçam que o assassinato é um crime grave.
Nas redes sociais as opiniões se dividem. Há internautas que sentem nojo ou repudiam essas ações de apoio e compaixão.
Contra o Funeral de Estado e filme que retrata o assassino
Um filme que retrata Tetsuya Yamagami será lançado no final do mês, visando o Funeral de Estado do ex-premiê Shinzo Abe programado para 27 deste mês. O diretor é um ex-membro do então Exército Vermelho Japonês, um grupo comunista que surgiu no final da década de 60.
O diretor do filme é 足立正生 (Masao Adachi), 83 anos, o qual é ator e roteirista também, mas o roteiro ficou a cargo do diretor de cinema Jun’ichi Inoue, 57, com histórico de obras famosas.
O filme não será um documentário mas uma obra de ficção. O tema é de questionamento sobre o incidente, pois, se o crime não tivesse acontecido não viriam à tona para a sociedade as práticas de culto dessa instituição religiosa e tampouco do envolvimento dos políticos do Partido Liberal Democrata (PLD).
Será lançado no Loft Plus One em Shinjuku, Tóquio em 26 deste mês, no Loft 9 em Shibuya no dia do Funeral de Estado e depois em outros cinemas do país.
Fontes: Spa, Josei Jishin, Change e Tokyo Sports