Durante uma entrevista no canal estatal RT, um apresentador de TV pró-Kremlin foi acusado de incitar genocídio após falar que crianças ucranianas deveriam ser “afogadas” e “queimadas” vivas.
Anton Krasovsky, chefe de transmissão em língua russa para o canal antigamente chamado de Russia Today, falou que crianças ucranianas que disseram que a Rússia estava ocupando a Ucrânia deveriam ser “jogadas em um rio com uma forte subcorrente.
“Elas deveriam ser afogadas no Rio Tysyna”, disse Krasovsky durante uma entrevista com o autor russo de fantasia Sergei Lukyanenko. “Apenas afogue essas crianças. Afogue-as”.
Na segunda-feira (14), ele foi suspenso da RT, e o chefe do poderoso comitê investigativo da Rússia disse que revisaria seus comentários como parte de uma investigação criminal em potencial.
Na entrevista, que foi pré-gravada, editada e depois transmitida, Krasovsky também disse que ele acreditava que tais crianças deveriam ser colocadas em suas cabanas e queimadas (vivas)”.
Anton Krasovsky, diretor de programação da TV estatal russa RT: pic.twitter.com/Etb1Jr2ikX
— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) October 24, 2022
O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que os comentários eram uma incitação ao genocídio, pedindo a governos estrangeiros que banissem a RT de promover discurso de ódio.
Krasovsky, que é gay e foi um crítico proeminente das leis antigay aprovadas pelo governo russo no início dos anos 2010, se juntou à RT em 2020 quando ele foi apontado pela editora chefe da RT, Margarita Simonyan, para liderar sua transmissão em língua russa.
Em 2021, quando também trabalhava para a RT, ele havia pedido anteriormente que os russos protestando contra o governo em São Petersburgo fossem amarrados e afogados em um canal.
Krasovsky pediu desculpas pelos seus comentários na segunda-feira, escrevendo que “ficou muito envergonhado que de alguma forma eu não vi os limites. Sobre as crianças. Mas isso acontece assim: você está no meio de uma transmissão, e você é levado. E você não consegue parar… Espero que vocês me perdoem”.
Fonte: The Guardian