A jovem de 23 anos matou o homem que a estuprou estrangulando-o com uma camiseta (ilustrativa/banco de imagens)
Uma jovem mulher mexicana que estrangulou e matou um homem com uma camiseta após ser estuprada por ele foi condenada a mais de 6 anos de prisão, em um caso que espalhou protestos e repercussão negativa no país.
O Tribunal do Estado do México considerou que enquanto Roxana Ruiz tenha sido estuprada, ela foi culpada por homicídio com “uso excessivo de legítima defesa”, acrescentando que atingir o agressor na cabeça teria sido o suficiente para se defender.
Os advogados de Ruiz rapidamente criticaram a decisão como “discriminatória” e prometeram apelar, argumentando que isso estabelece um mau precedente em um país atormentado por violência baseada em gênero.
“Isso está enviando uma mensagem às mulheres que, você sabe, as leis dizem que você pode se defender, mas apenas até um ponto”, disse Ángel Carrera, advogado de defesa de Ruiz.
“Ele te estuprou, mas você não tem o direito de fazer nada”.
Além da condenação de prisão de 6 anos e 2 meses, a jovem que tem um filho de 4 anos, também foi ordenada a pagar mais de US$16 mil em restituição à família do homem que a estuprou.
Como aconteceu
Em maio de 2021, Ruiz estava vendendo batatas fritas em Nezahualcoyotl, um dos 11 municípios no Estado do México com um alerta para feminicídios e um outro para desaparecimentos forçados de mulheres.
Enquanto tomava uma cerveja com um amigo, Ruiz, uma mulher indígena mixteca e mãe solteira, conheceu um homem que ela já havia visto no bairro.
Após saírem, ele se ofereceu para levá-la até sua casa e depois pediu para passar a noite lá porque estava muito tarde e longe de onde ele morava.
Ruiz concordou em deixá-lo dormir em um colchão no chão. Entretanto, quando ela adormeceu, ele subiu em sua cama, a agrediu, tirou suas roupas e a estuprou, de acordo com os advogados de Ruiz.
Ruiz se defendeu e o atingiu no rosto, causando um sangramento. O homem teria ameaçado matá-la.
No conflito que seguiu, Ruiz pegou uma camiseta e a usou para estrangular o agressor.
Em pânico, Ruiz colocou o corpo do homem em um saco e o arrastou para a rua, onde a polícia estava passando e a pegou em flagrante.
Apesar de dizer à polícia que ela havia sido estuprada e agiu em defesa própria, Carrera enfatizou que um exame nunca foi feito, um passo crucial para acusar casos de violência sexual.
“Eu me arrependo do que fiz, mas se eu não tivesse feito, estaria morta hoje”, disse Ruiz em uma entrevista no ano passado.
Ruiz passou 9 meses na prisão sob as acusações e havia sido liberada para aguardar julgamento.
Fonte: NYP
