O Dia da Imigração Japonesa no Brasil é celebrado em 18 de junho, tanto no país onde desembarcou o histórico navio Kasato Maru, quanto no Japão.
O Brasil é o país com o maior número de nikkeis – descendente de japoneses – do mundo, com uma população estimada em 2 milhões, segundo o site Diplomacia Business.
Na quinta-feira (15) foi realizado o seminário 115 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, em Brasília, com transmissão ao vivo pelo YouTube, com a participação de pessoas dos corpos diplomáticos dos dois países, além do representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). Nessa ocasião foi feito o lançamento da autobiografia do ex-Embaixador Edmundo Sussumu Fujita, o primeiro diplomata nikkei.
“Entre 16 e 18 de junho, prédios do Eixo Monumental de Brasília vão ganhar uma iluminação especial, em comemoração ao Dia da Imigração Japonesa. O Museu Nacional, a Biblioteca Nacional, a Catedral e a Torre de TV serão iluminados com a cor vermelha, em alusão à bandeira do Japão.
Além de Brasília, as cidades do Rio de Janeiro e Curitiba também serão iluminadas”, divulgou o Diplomacia Business.
Outras diversas comemorações estão marcadas em diversas cidades brasileiras, tamanha a importância da contribuição da sociedade nikkei.
Do lado japonês, segundo o brasileiro Hidekichi Hashimoto, do Restart Community, no domingo (18), seu grupo plantará 30 pés de ipê, árvore típica, na região Kanto. A JICA de Yokohama (Kanagawa) também preparou alguns eventos comemorativos.
Superações dos imigrantes japoneses no Brasil
Os imigrantes japoneses tiveram marcas de superações pois, além do árduo trabalho nas fazendas, como “colonos”, ainda sofreram perseguição política e social durante o governo de Getúlio Vargas, como também os alemães e outras nacionalidades. Não podiam se aglomerar, ter jornais no idioma pátrio, ter outra religião que não fosse a católica, entre outras proibições. Também sofreu com a Shindo Renmei, uma organização terrorista que assassinava os japoneses e nikkeis que acreditavam na derrota japonesa na guerra.
Ainda assim, para superar esses desafios em terras brasileiras, as novas gerações foram estimuladas pelos pais a obter um diploma universitário, a contribuir com a sociedade através de seus talentos além da agricultura, como na cultura, arte, diplomacia, política, comércio, indústria e em outros campos. A maioria se estabeleceu em São Paulo, outra parte no Paraná e outras distribuídas por Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e outros.
A imigração inversa
Desde quando o Japão ainda vivia a bolha econômica, por volta de 1988, os primeiros nikkeis fizeram o caminho de volta. Em 1990 o governo japonês necessitando de mão de obra abriu o caminho legal para receber os descendentes, por isso começaram a chegar os nisseis e alguns sanseis.
Atualmente são cerca de 10% da população nikkei do Brasil vivendo há 33 anos no solo dos ancestrais, com concentrações em Aichi, Shizuoka e Gunma, mas com muitos espalhados em Tochigi, Mie, Gifu, Shiga, Shimane, Fukui, Nagano e outras províncias de diversas regiões como Kanto, Kansai e Chugoku.
Ancestrais japoneses
Se os brasileiros residentes no Japão possuem status de permanência diferentes dos demais estrangeiros é por causa dos seus ancestrais. Para tirar o primeiro visto a fim de entrar em solo nipônico como trabalhador é preciso apresentar o koseki tohon, traduzido como registro familiar.
Cada um dos nikkeis têm pais, avós ou bisavós oriundos de alguma província. Eles deixaram seus familiares para embarcar de navio, levando até 51 dias para chegar ao Brasil, como foi o caso do Kasato Maru, o primeiro.
Caso tenha curiosidade de ver um pouco mais da história dos ancestrais japoneses toque aqui para visitar o museu virtualmente e certamente se emocionará em ver o acervo riquíssimo.
O Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil tem um sistema de busca muito interessante para que saiba um pouco mais sobre a história de seus ancestrais. Para uma busca mais precisa digite a primeira letra do nome e sobrenome parente imigrante em maiúscula.
O mesmo pode ser feito no museu do Estado de São Paulo, bastando digitar o sobrenome da família pesquisada, em letras maiúsculas, e será direcionado para os resultados, incluindo imagem digitalizada. Nesse acervo podem ser encontrados dados dos imigrantes de outros países também.
Sabendo de suas origens, que tal fazer uma visita à cidade onde nasceu a pessoa da família que lhe deu o nome? Pode ser emocionante pois fará uma volta ao tempo, imaginando como era viver lá durante as guerras.
Boa reflexão!
Fontes: Diplomacia Business, Restart Community, JICA, Wikipedia, Imigrantes e INCI