Residente no Brasil, Matheus Bitencourt Oliveira, 26 anos, professor de língua japonesa e artista, músico, do Tsugaru-jamisen, realizará o sonho de tocar na cidade de Hirosaki (Aomori), a província que deu origem a esse estilo.
Há cerca de 10 anos, ele se encantou pelo Tsugaru-jamisen e desde então se apresenta em diversos eventos.
“Quando ouço a música Tsugaru Jonkara-bushi, vem à minha mente, cenas da área de Tsugaru que eu ainda não vi. Por isso, pensei, tenho que ir (no dialeto local)”, disse em japonês fluente, em meados de junho, quando foi entrevistado online ao jornal local Too Nipo.
De onde veio essa paixão e talento pelo shamisen
Matheus é natural de Caucaia do Alto-SP e, quando tinha 11 anos, ouviu as pessoas de uma família vizinha conversando e perguntou que língua era aquela. Soube, pelos vizinhos nikkeis que era japonês, e se empenhou a estudar de forma autodidata.
E, mesmo não tendo nenhuma ascendência nipônica, se aprofundou ainda mais estudando cultura e história, conhecendo a literatura e a música.
Aos 15, assistiu uma apresentação de taiko – percussão japonesa – e conheceu uma pessoa que tocou shamisen, um instrumento de 3 cordas. No ano seguinte passou a ter aulas desse instrumento e também de min’yo, gênero musical bem tradicional.
O difícil Tsugaru-jamisen
Depois de 4 anos estudando, conheceu e se fixou no Tsugaru-jamisen, um ritmo muito rápido, oriundo da região que deu o nome.
Originalmente, era usado para acompanhar o min’yo local, mas na atualidade as apresentações são solo, especialmente depois da explosão do Yoshida Brothers no mundo.
Não é fácil executar Tsugaru-jamisen, pois se caracteriza por um estilo de tocar percussivo, vibrante, com movimentos muito rápidos da palheta, além de um grande número de notas.
Matheus já esteve no Japão, por um mês, em 2018, mas no no retorno poderá beber na fonte ao visitar a Associação Oyama, a qual promoveu o Tsugaru-jamisen para todo o Japão e para o mundo.
Para acompanhar as atividades do músico brasileiro de Tsugaru-jamisen, visite o canal no YouTube ou sua conta no Instagram.
Fontes: Too Nipo e Brasil Nippou