Reguladoras nos EUA aprovaram formalmente na quinta-feira (6) um medicamento contra Alzheimer desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai e a empresa americana Biogen o qual se tornou o primeiro no mundo que mostrou desacelerar os estágios iniciais da doença degenerativa.
A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) concedeu sua aprovação para o novo medicamento, conhecido quimicamente como lecanemab, que pode reduzir a quantidade de uma proteína pegajosa no cérebro chamada beta amiloide, vista por especialistas como característica da doença.
O tratamento com o medicamento, o qual a Eisai espera custar US$26,5 mil anualmente, é destinado a ser iniciado para pacientes com comprometimento cognitivo leve ou que entraram no estágio leve da doença.
“A ação de hoje é a primeira verificação de que um medicamento visando o processo da doença subjacente da Alzheimer mostrou benefícios clínicos nessa enfermidade devastadora”, disse em uma declaração Teresa Buracchio, diretora atuante no Escritório de Neurociência no Centro para Avaliação de Medicamentos e Pesquisa da FDA.
O anticorpo, que deverá ser administrado via intravenosa a cada duas semanas, não é uma cura para a doença. Um ensaio clínico de 18 meses envolvendo cerca de 1,8 mil pacientes mostrou que os sintomas da Alzheimer avançaram 27% mais lentamente naqueles que usaram a medicação se comparado com um placebo, de acordo com a Eisai.
A farmacêutica japonesa também disse que 13 a 17 por cento daqueles que receberam o medicamento apresentaram efeitos colaterais como edema cerebral e sangramento. Mesmo assim, ela disse que grande parte do efeitos colaterais foi leve a moderada e que os sintomas foram temporários.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 55 milhões de pessoas têm demência no mundo e a doença é atualmente a sétima causa de morte.
A Eisai e a Biogen solicitaram junto a autoridades de saúde aprovação do medicamento em vários países. Elas esperam ganhar aprovação no Japão até o fim deste ano.
Fonte: Mainichi