Neste sábado (26), a Embaixada do Japão na China publicou um texto na rede social chinesa Weibo, afirmando que houve uma série de telefonemas de assédio da China para o Japão em relação ao despejo de água tratada da usina nuclear de Fukushima Daiichi da TEPCO no mar, em 24 deste mês. A postagem afirmava que a embaixada havia solicitado ao governo chinês que tomasse medidas rigorosas de acordo com a lei, e condenou o ato, considerando-a ilegal.
Um vídeo também circulou na rede social chinesa mostrando jovens ligando aleatoriamente para o Japão para “perguntar o motivo da liberação da água no mar”.
Desde o dia 24, a embaixada vem pedindo aos japoneses que vivem na China que tomem cuidado para não falar japonês publicamente, pois não se pode descartar a possibilidade de ocorrerem situações imprevistas.
De acordo com as autoridades, houve um aumento no número de ligações telefônicas de assédio para a embaixada desde o dia 24, e um evento musical programado para ser realizado na embaixada no dia 26 foi cancelado devido a considerações de segurança.
De acordo com a Polícia de Fukushima, de 24 a 26 de junho, várias empresas da província, inclusive restaurantes, receberam uma série de chamadas telefônicas com o código de área chinês “86”. Acredita-se que o conteúdo das chamadas esteja relacionado à liberação de água tratada, e a polícia da província está pedindo que sejam tomadas medidas, como a rejeição de chamadas internacionais.
De acordo com o proprietário de um restaurante na província, as ligações que começavam com ’86’ começaram no dia 24 e foram registradas de 40 a 50 ligações no dia 26. Ele disse que as ligações começavam em japonês, dizendo “Moshi moshi” e “konnichiwa”, seguidas de uma conversa unilateral em um idioma que parecia chinês.
“Nunca pensei que meu restaurante seria diretamente incomodado. Acho que essa é uma das reações dos estrangeiros à liberação da água tratada. Espero que o governo responda adequadamente por meio dos canais diplomáticos”, comenta o homem.
O Centro Cultural de Edogawa, em Tóquio, também relata que recebeu várias ligações entre 24 a 26 de junho, com o número “86”. O centro relatou o fato à polícia, pois a linha fica ocupada e isso tem prejudicado suas operações.
Em 27 deste mês, o Ministério do Meio Ambiente publicou os resultados do monitoramento das águas de Fukushima, que cumprem todos os padrões de segurança estabelecidos pela OMS.
Fonte: Asahi Shimbum