O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e 3 ministros do Gabinete comeram sashimi de peixe de Fukushima em um almoço de trabalho na quarta-feira (30), em um esforço aparente para mostrar que o animal aquático é seguro, após o despejo no oceano de água residual radioativa tratada da planta nuclear de Fukushima Daiichi que começou na semana passada.
Kishida e os 3 ministros consumiram sashimi de linguado, polvo e robalo pescados na costa de Fukushima após o descarte da água radioativa, junto com vegetais, frutas e uma tigela de arroz que foram colhidos na província, disse aos repórteres o ministro da Economia e Indústria, Yasutoshi Nishimura.
Despejo de água deve levar décadas
O despejo da água residual tratada no oceano, que começou na quinta-feira (24) e deve continuar por décadas, sofre forte oposição de grupos pesqueiros e de países vizinhos.
Em resposta, a China proibiu imediatamente todas as importações de frutos de mar do Japão. Na Coreia do Sul, milhares de pessoas se juntaram a manifestações no último fim de semana para condenar o descarte.
Todas os dados de amostras de água do mar e de peixes desde o despejo têm estado bem abaixo dos limites de segurança estabelecidos.
O almoço mostrou “o forte comprometimento de Kishida em tomar a liderança no combate ao dano reputacional enquanto se posiciona pelos sentimentos da comunidade pesqueira de Fukushima”, disse Nishimura.
Alerta de viagem
O Ministério de Relações Exteriores do Japão emitiu um alerta de viagem no domingo (27) pedindo a cidadãos japoneses que tenham cuidado extra na China, citando uma escalada de assédios e protestos violentos em relação ao despejo da água residual.
O secretário-chefe do Gabinete, Hirokazu Matsuno, disse que pessoas atirando pedras haviam visado a embaixada, consulados e escolas do Japão na China.
Água radioativa armazenada em mil tanques
Água residual radioativa tratada se acumulou desde a fusão de março de 2011 na planta nuclear causada por um massivo terremoto e tsunami. Ela totaliza 1,34 milhão de toneladas e está armazenada em cerca de mil tanques.
O governo do Japão e a Tokyo Electric Power Company (TEPCO) dizem que a água mantida nos tanques está ocupando grande parte da área da usina e deve ser removida para liberar espaço a fim de construir instalações destinadas à limpeza e desmantelamento da planta, o que também deve levar décadas.
Fonte: Japan Today