Setembro amarelo, mês de prevenção do suicídio (ilustrativa)
Setembro é o mês de conscientização da importância de se falar sobre o tema suicídio. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 700 mil vidas são perdidas por ano no mundo para o suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas.
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Mesmo hoje em 2023, facilmente encontrarmos falas e narizes torcidos quando o assunto é sobre o que envolve o tema morte e saúde mental. O suicídio é complexo, envolve vários fatores, sendo eles psicológicos, biológicos, sociais e culturais. Não é incomum ser associado ao fracasso, à falta de fé, falta do que fazer ou mesmo covardia. Tudo isso dificulta a exposição das dores, das fraquezas e dos limites daqueles que se veem sem saída.
O suicídio é a manifestação do ato de comunicação de uma dor sentida e não consentida. (Karina Okajima Fukumitsu)
Somos integrantes de uma sociedade competitiva, agressiva e insensível. O tempo aqui parece ser tudo para ontem e a liberdade de poder ser quem somos, realizarmos ou não o que gostamos dentro do nosso ritmo por vezes nos é podada. Tudo isso nos afeta e requer autoconhecimento, um comportamento mais seguro das próprias opiniões e ações para poder melhor administrar essas questões na vida. Pode parecer fácil ao realizarmos essa leitura, mas na prática não é bem assim.
Podemos influenciar e compreender o meio, porém sofremos também as influencias dele. O que para um sujeito é mais fácil de ser resolvido e aceito, para outro não funciona da mesma forma, isto tem relação com o que cada um tem de subjetivo, com seus mecanismos de defesa e sua própria singularidade.
O suicídio nos coloca diante do tema que culturalmente não nos agrada falar, a morte. Morte essa que vem sendo silenciada pela cultura que não vela os seus finados mais em casa, velórios cada vez mais curtos, sepultamentos rápidos e lutos que pela urgência da contemporaneidade são silenciados.
Então como falar em suicídio se ele nos coloca diante da morte, a condição de finitude que para boa parte das pessoas é preferível ignorar?
Embora a morte seja um tema que culturalmente não se gosta de conversar, falar sobre suicídio é necessário. Falar de amor à vida, do quanto ela é valorosa e de quanto as pessoas são importantes. Para quebrar esta muralha do silencio e da falta de conhecimento é preciso trazer à luz o tema, eliminar a ignorância e extirpar a indiferença.
Como ajudar?
- Estar atentos aos sinais de isolamento, tristeza profunda ou mudanças de comportamento que acarretam em prejuízos para o sujeito, aos relatos da sensação do não pertencimento e às questões que envolvem o autocuidado.
- Grande parte dos casos de tentativas ou mortes para o suicídio são sinalizados, alguns com mais sutilezas que outros, é preciso atenção.
- Abrir espaço para o acolhimento, mostrar-se interessado pela fala do outro, escutar sobre seus sentimentos, frustrações e angustias.
- Dialogar sobre o tema, criar espaços que propiciem rompimento do estigma.
- Orientar e ou indicar ajuda psicológica e médica.
Podem parecer coisas simples, como de fato são. Mas é na ausência dessas coisas simples que se deixa escapar oportunidades, vidas são perdidas, algumas delas tão precocemente, de forma abrupta e certamente muito triste.
Que possamos todos nós fazermos parte desta rede de propagação do valor da vida, que a Campanha Setembro Amarelo possa alcançar o maior número de pessoas possíveis e que sempre seja tempo de demonstrarmos amor, atenção e importância pelas pessoas, inclusive à aquelas que amamos.
Boas reflexões
Eliana Nonaka (toque para conectar no Facebook) ou (toque para conectar no Whatsapp).
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