Israel está preparando uma invasão por terra de Gaza, disse na quarta-feira (25) o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, enquanto bombardeamentos israelenses mataram mais civis palestinos e a pressão internacional cresce para enviar ajuda e garantir a segurança de reféns mantidos pelo Hamas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, em comentários olhando além da guerra que começou com um ataque em 7 de outubro a Israel por militantes palestinos do Hamas, disse que o futuro deveria incluir uma solução de dois estados para Israel e os palestinos.
Israel deveria ser integrado entre seus vizinhos árabes, disse Biden.
“Israelenses e palestinos desejam igualmente viver lado a lado em segurança, dignidade e paz”, disse Biden em uma coletiva de imprensa conjunta realizada em Washington com o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese.
Biden acredita que uma razão para militantes do Hamas atacarem o sul de Israel, matando 1,4 mil pessoas e tomando mais de 200 pessoas como reféns de diferentes nacionalidades, era evitar a normalização de relações entre Israel e a Arábia Saudita.
Ataques retaliatórios israelenses mataram mais de 6,5 mil pessoas, disse na quarta-feira (25) o Ministério da Saúde na faixa administrada pelo Hamas.
Biden disse que não tinha nenhuma noção de que os palestinos estavam dizendo a verdade sobre quantos haviam sido mortos. “Tenho certeza que inocentes foram mortos, e esse é o preço de travar uma guerra”.
Nas Nações Unidas, a Rússia e a China vetaram uma resolução do Conselho de Segurança esboçada pelos EUA pedindo por pausas nas hostilidades para permitir que comida, água e medicamentos tão necessários fossem entregues a civis palestinos. Os Emirados Árabes Unidos também votaram contra, enquanto 10 membros votaram a favor e dois se abstiveram.
A Rússia fez uma proposta rival que defendeu um cessar-fogo mais amplo, mas falhou em ganhar o número mínimo de votos. Israel resistiu a ambos, argumentando que o Hamas tomaria vantagem e criaria novas ameaças a civis de Gaza.
Envios limitados de comida, medicamentos e água do Egito foram reiniciados no sábado (21) através de Rafah, a única fronteira não controlada por Israel.
Em Jerusalém, Netanyahu disse que a decisão sobre quando forças entrariam em Gaza seria tomada pelo Gabinete especial de guerra do governo, mas se negou a fornecer quaisquer detalhes do momento ou outra informação sobre a operação.
“Já matamos milhares de terroristas e isso é apenas o começo”, disse Netanyahu em uma declaração na TV. “Simultaneamente, estamos nos preparando para uma invasão por terra. Não vamos dar mais detalhes sobre quando, como ou quantos”.
Tanques e tropas israelenses estão acumulados na fronteira com Gaza aguardando ordens. Israel convocou cerca de 360 mil reservistas.
A pressão internacional está crescendo para um adiamento de qualquer invasão de Gaza, sobretudo por causa dos reféns. Estima-se que mais da metade das 220 pessoas mantidas pelo Hamas têm passaportes estrangeiros de 25 países diferentes, disse o governo israelense.
Fonte: Japan Today