Ainda há menos doadores do que pessoas esperando para receber um transplante (ilustrativa/banco de imagens)
Mais de um quarto de século após a Lei de Transplante de Órgãos ter entrado em vigor, a milésima doação de órgãos de um paciente com morte cerebral ocorreu no Japão no sábado (28).
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Entretanto, ainda há menos doadores do que pessoas esperando para receber um transplante.
Especialistas apontam tais questões de espera longa devido ao número limitado de pessoas que dão seus consentimentos com antecedência para doação de seus órgãos e a inabilidade médica de lidar com as situações.
Longo tempo
De acordo com uma pesquisa de 2022 realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), havia 30.25 doadores de órgãos com morte encefálica a cada 1 milhão de pessoas nos EUA, seguidos por 27.47 na Espanha, 22.24 na França e 7.89 na Coreia do Sul.
No Japão, entretanto, o número situou-se a 0.74, o nível mais baixo entre as nações industrializadas.
As pessoas que têm a esperança de receber transplantes de órgão precisam esperar por um longo tempo após serem registradas na lista da Rede de Transplante de Órgão do Japão (JOT).
Durante os últimos 5 anos, 1.983 pacientes morreram aguardando por transplantes de órgãos.
Fardo psicológico
Uma pesquisa de 2021 realizada pelo Escritório do Gabinete mostrou que apenas 10% dos entrevistados haviam expressado seus consentimentos para doar seus órgãos se tiverem morte encefálica.
Doações de órgãos também podem ser realizadas com consentimento de familiares.
Entretanto, 85% dos entrevistados da pesquisa disseram que “achariam um fardo tomar essa decisão” se um parente falecido não tivesse manifestado sua intenção de doar.
Os EUA e a Coreia do Sul, por exemplo, obrigam instituições médicas por lei a reportarem a organizações mediadoras por transplantes de órgãos quando há pacientes com suspeita de morte encefálica, o que ajuda a encontrar doadores em potencial.
Contudo, o Japão não conta com tal sistema.
Fonte: Yomiuri