Cerca de mil focas e leões-marinhos no sul do Brasil morreram em decorrência de surtos de gripe aviária, dizem autoridades que estão lutando para isolar o vírus mortal de aves comerciais.
O estado do Rio Grande do Sul confirmou um número sem precedentes de 942 mortes de mamíferos marinhos após infecção pela influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) que foi reportada pela primeira vez no Brasil em 2023.
A oceanógrafa Silvina Botta, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, disse que carcaças tiveram que ser enterradas ou incineradas o mais rápido possível para reduzir o risco de contaminar humanos ou outros animais.
Cientistas também encontraram alguns mamíferos marinhos convulsionando ao longo de praias locais, visto que o vírus ataca o sistema nervoso. Sob regulamentos de saúde do governo, animais precisam ser eutanasiados para poupar “uma morte muito dolorosa”, disse Botta.
Desde a primeira vez que o Brasil registrou a IAAP em aves silvestres no mês de maio, o Ministério da Agricultura diz que medidas preventivas evitaram um surto em granjas de aves comerciais, o que poderia desencadear proibições de exportações contra o Brasil, o maior exportador de frango do mundo.
Contudo, o vírus está desenfreado em outras populações de animais. Além de surtos entre aves marinhas, focas e leões-marinhos, as autoridades coletaram amostras de botos e pinguins encontrados em praias, sem resultados confirmados ainda.
O ministério registrou 148 surtos de IAAP no país, a maioria ao longo da costa, declarando uma emergência de saúde para conter a doença, a qual ele diz que “ainda não é considerada endêmica no Brasil”.
A influenza aviária, comumente conhecida como gripe aviária, levou ao abate de centenas de milhões de animais de fazenda na Europa e nos EUA.
Fonte: Straits Times