Pesquisador-chefe Hironobu Endo (à dir.) e pesquisadora Maiko Ono, à esq. (Nikkei)
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Quântica (QST), do Japão, desenvolveu uma tecnologia que utiliza testes de imagem para medir a proteína que se acumula no cérebro dos pacientes com doença de Parkinson. Uma vez conhecida a quantidade acumulada da proteína causadora, será mais fácil prosseguir com os ensaios clínicos para os medicamentos terapêuticos.
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A doença de Parkinson é incurável, na qual os nervos do cérebro que controlam os movimentos se deterioram gradualmente, e estima-se que 100 a 180 pessoas em cada 100 mil desenvolvem a doença no Japão. Os sintomas incluem tremores nos membros e dificuldade para caminhar e, à medida que a doença progride, o paciente torna-se incapaz de se movimentar sozinho e é forçado a usar uma cadeira de rodas ou ficar acamado. Ainda não existe tratamento fundamental.
Causa deve ser uma proteína anormal
Acredita-se que a causa seja o acúmulo de uma proteína anormal, a α sinucleína (alfa-sinucleína), no cérebro, mas não existia tecnologia para medi-la agregada no cérebro dos pacientes vivos, por isso é necessário examinar o tecido cerebral após a morte do paciente. Atualmente, os médicos diagnosticam a doença de Parkinson com base nos sintomas.
A α sinucleína se acumula no cérebro dos pacientes com a doença de Parkinson em quantidades relativamente pequenas, tornando-a difícil de medir com equipamento de diagnóstico por imagem, em parte porque tem uma estrutura semelhante a outras proteínas.
Cientistas japoneses conseguem fotografar a α sinucleína em pacientes vivos
Imagem de cérebros com a presença da proteína α sinucleína (NHK)
A equipe de pesquisa conseguiu desenvolver uma droga que se liga fortemente à α sinucleína agregada. Usando essa droga, os pesquisadores conseguiram obter as imagens dela usando tomografia por emissão de pósitrons (PET). Esta tecnologia é considerada a primeira no mundo capaz de medir o interior do cérebro de um paciente vivo.
Quando utilizado em exames PET de pacientes, foi confirmado que a α sinucleína estava acumulada no mesencéfalo, que está envolvida no aparecimento da doença de Parkinson. Verificou-se também que quanto maior a quantidade de acúmulo, maior a gravidade dos distúrbios do movimento.
Hironobu Endo, pesquisador-chefe da QST, afirma: “Isso será útil na seleção de pacientes apropriados para participar de ensaios clínicos e na verificação da eficácia de novos candidatos a medicamentos”.
Outra demência pode ser elucidada
Imagens dos cérebros de um paciente idoso saudável (à esq.) e à dir. de um com a doença de Parkinson, com colorido em vermelho que mostra a proteína α sinucleína (divulgação)
A equipe de pesquisa acredita que isso também ajudará a elucidar a demência por corpos de Lewy (DCL), que também envolve a α sinucleína.
A demência por corpos de Lewy (DCL) é uma doença rara que provoca a perda gradual das funções cognitivas e motoras, alterações comportamentais e perda de autonomia. É a segunda forma mais comum de demência progressiva, depois da doença de Alzheimer, e geralmente afeta os adultos mais velhos.
Um artigo resumindo os resultados foi publicado na revista científica americana Neuron sob o título Imaging α-synuclein pathologies in animal models and patients with Parkinson’s and related diseases.
Fontes: divulgação, Nikkei e NHK