Walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram no Líbano na quarta-feira (18), alimentando tensões após incidentes similares com pagers no dia anterior (ilustrativa/banco de imagens)
A fabricante japonesa da marca de walkie-talkies que explodiram no Líbano negou ter produzido os dispositivos detonantes, mas deu sua opinião sobre o que pode ter sido usado.
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Rádios portáteis usados pelo grupo Hezbollah explodiram por todo o sul do Líbano na quarta-feira (18), alimentando tensões após incidentes similares com pagers no dia anterior.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, 20 pessoas morreram e mais de 450 ficaram feridas no segundo ataque nos subúrbios do Líbano e no Vale do Beqaa, enquanto o número de óbitos das explosões de terça-feira subiu para 12, incluindo 2 crianças, com cerca de 3 mil feridos.
Autoridades israelenses não comentaram sobre as explosões, mas fontes de segurança disseram que a agência de espionagem de Israel, a Mossad, era a responsável.
Acredita-se que a empresa de equipamentos de comunicação japonesa ICOM seja a fabricante da marca de walkie-talkies ligada às explosões, mas insistiu que pode não ter produzido os rádios portáteis.
“Não tem como uma bomba ser integrada em um de nossos dispositivos durante a fabricação. O processo é altamente automatizado e acelerado, então não há tempo para tais coisas”, disse Yoshiki Enomoto, diretor na ICOM, fora da sede da companhia em Osaka na quinta-feira (19).
A ICOM disse que suspendeu a produção dos modelos de rádio identificados no ataque há uma década e que a maioria dos que estavam à venda era falsificada.
“Se for revelado ser uma falsificação, então teremos que investigar como alguém criou uma bomba que parece nosso produto. Se for genuíno, teremos de rastrear sua distribuição para descobrir como ele acabou lá”, disse Enomoto.
Enomoto também sugeriu que os dispositivos usados nos ataques podem ter sido um modelo suspenso contendo baterias modificadas.
“Não podemos descartar a possibilidade de que são falsificados, mas também há uma chance de os produtos serem nosso modelo IC-V82”, disse Enomoto, divulgou o site The Guardian.
Enomoto apontou para imagens mostrando danos na área de bateria dos dispositivos usados, sugerindo que as centrais podem ter sido substituídas por aquelas que haviam sido modificadas para explodir.
A companhia vendeu cerca de 160 mil unidades do modelo no Japão e no exterior antes de ter suspendido a produção e vendas em 2014.
A empresa disse que o IC-V82 havia sido exportado entre 2004 e 2014, incluindo o Oriente Médio.
Fonte: The Independent