Drama da brasileira detida na Imigração, às vésperas de sua deportação

A jovem brasileira só fala japonês, não tem dinheiro e nem familiares no Brasil. Sendo deportada, como será a vida dela no seu país de origem?

Foto meramente ilustrativa de uma jovem triste (PM)

Soube-se que a sucursal dos Serviços de Imigração de Tóquio fará a deportação (retirada compulsória) de uma brasileira de 20 anos, a qual foi criada no Japão.

Publicidade

Ela está detida na Imigração e a deportação está marcada para sexta-feira (8), embora não tenha nem dinheiro nem familiares no Brasil, apesar de poder receber os serviços de apoio pós-regresso prestados por organizações internacionais. Mas, será deportada do Japão sem qualquer apoio. 

Pessoas que prestam suporte e especialistas criticam a resposta das autoridades da Imigração como “falta de consideração humanitária”.

Segundo apoiadores, a brasileira cresceu órfã em uma instituição no seu país, mas foi adotada por um casal nikkei e veio para o Japão com a família em 2016, quando tinha 12 anos. 

Embora tenha obtido o visto de estudante e tenha concluído o colegial, se afastou do casal que a adotou e caiu em depressão enquanto frequentava o curso profissionalizante. Como não frequentou suficientemente a escola, perdeu o visto e está detida desde agosto. Ela recebeu a ordem de deportação e na semana anterior acabou concordando com essa decisão.  

Trecho do diário da jovem brasileira (reprodução do Tokyo Shimbun)

Mas, no seu diário, escrito em japonês, há registros como “só sei falar o japonês” ou “sou um ser humano, não um animal”, que mostram o drama dessa jovem brasileira.

OIM poderia fornecer apoio à brasileira quando chegar no Brasil

Em um caso como esse, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma afiliada das Nações Unidas, pode fornecer apoio, como encontrar habitação, assistência para alugar e formação profissional ao regressar ao país de origem. No entanto, ela recusou a assistência, dizendo: “As autoridades de imigração disseram-me que se recebesse assistência da OIM, nunca mais poderia entrar no Japão”.

Um representante do escritório da OIM no Japão explicou: “A reentrada não será uma desvantagem só porque recebeu apoio”. 

Advogada questiona atitude da Imigração

Os apoiantes discordam do fato de o Departamento de Imigração ter dado uma explicação falsa para fazer com que ela regressasse rapidamente ao Brasil, e também criticam a resposta do Departamento de Imigração às circunstâncias que a levaram a perder o seu status de residência devido à sua doença. Por outro lado, a Agência de Imigração disse que “não podemos responder a casos individuais”.

“A resposta do Departamento de Imigração ao emitir uma ordem de deportação sem considerar o histórico da perda do status de residência é extremamente cruel. Está apenas tentando fazer com que as pessoas voltem para casa o mais rápido possível. Nenhuma consideração foi dada à vida dessa jovem”, disse a advogada Chie Komai, conhecedora dos processos administrativos da imigração, questionando essa atitude.  

Fonte: Tokyo Shimbun

+ lidas agora

> >

Vamos Comentar?

--

Jogadoras de futebol brasileiras denunciam assédios sexual e do poder no clube de Shimane

Publicado em 7 de novembro de 2024, em Sociedade

As duas brasileiras, jogadoras profissionais de futebol em um clube de Shimane, denunciaram os abusos e suas consequências.

As duas jogadoras de futebol contratadas pelo Diosa Izumo FC, brasileiras, em coletiva de imprensa (JNN)

Duas futebolistas brasileiras, pertencentes ao Diosa Izumo FC, da segunda divisão, com sede na cidade de Izumo (Shimane), apresentaram acusação por escrito à Liga Japonesa de Futebol Feminino ou Nadeshiko League. 

Publicidade

As duas jogadoras de futebolLaura Spenazzatto, 26, e Thays Ferrer, 25 – ingressaram ao time da província de Shimane em agosto de 2022 e, desde então, a cada erro durante o treino ou partida, o treinador as chamava com um palavrão que significa genitália masculina em português, quando não entendiam as instruções em japonês. “Esses caras não entendem?”, questionava o coach japonês. 

O intérprete, estipulado em contrato, só estava disponível uma vez por semana e, quando elas apontaram os problemas, o técnico teria feito comentários como “privar as meninas da oportunidade de jogar”. Elas pediram ao clube que melhorasse o ambiente, mas como não houve progresso, apresentaram a acusação à Liga Japonesa de Futebol Feminino na quarta-feira (6). 

Laura e Thays também consideram entrar com uma ação civil para buscar indenização pelos danos causados. 

Jogadoras com diagnóstico de transtorno de estresse agudo 

Fotos das duas futebolistas brasileiras (reprodução do Diosa Izumo FC)

Além disso, quando o responsável pelo bem-estar, nomeado pela Nadeshiko League nos clubes com o objetivo de eliminar a violência e a discriminação, teve uma discussão com o treinador em maio deste ano, disse que se apelasse diretamente para o presidente do time, ele seria obrigado a “não vou usá-las”, indicando sua intenção de não convocá-las para os jogos. 

Em julho deste ano, as duas futebolistas brasileiras foram diagnosticadas com transtorno de estresse agudo (TEA) por pressão do coach, e em agosto se afastaram das atividades da equipe. Continuaram recebendo tratamento psiquiátrico.

Não destruam nossos sonhos

Além disso, o clube adiou repetidamente a resolução do problema em resposta aos pedidos feitos através do responsável pelo bem-estar e do advogado. Laura e Thays não estão aptas para voltar a jogar nesta temporada, e nenhuma explicação foi dada às colegas da equipe. 

“Não estamos aqui para sofrer por causa do abuso de poder. Queremos que a verdade e a lei sejam respeitadas. Por favor, não destruam os nossos sonhos”, disseram as duas futebolistas em coletiva de imprensa.

Clube se defende e cria um impasse

O clube também realizou uma coletiva de imprensa no mesmo dia admitindo que, apesar dos esforços, não disponibilizou um intérprete todos os dias. 

Mas, negou os assédios sexual e de poder do treinador argumentando que “apenas disse palavras que aprendeu e nunca se dirigiu às jogadoras durante os treinos e jogos”. Também negou ter dito que iria privá-las da oportunidade de jogar. Portanto, contradisse à demanda das duas brasileiras. 

O Diosa Izumo FC informou que a pedido da Liga Japonesa de Futebol Feminino já concluiu a investigação interna sobre o dirigente e as duas jogadoras, mas realizará uma ouvidoria com intérprete e, dependendo dos resultados, considerará ações disciplinares contra os demandados, que são os dirigentes e o treinador.

Fontes: NTV, NHK e JNN

.
Passagens Aereas para o Brasil
Casa Própria no Japão
Empregos no Japão - Konishi Sangyo
Fujiarte - Empregos no Japão
FUJIARTE - Empregos no Japão
Empregos no Japão
Kumon - Aprenda japonês e tenha mais oportunidades!
Apartamentos para alugar no Japão
Apartamentos para alugar no Japão