O Japão está passando por um escassez de medicamentos genéricos devido a uma série de escândalos e outros problemas estruturais, impedindo esforços para combater a influenza.
De 16 mil produtos farmacêuticos, 3.103 (18,5%) estavam com o fornecimento limitado ou suspenso desde o fim de outubro, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Federação das Associações de Fabricantes Farmacêuticas do Japão.
Mais de 60% desses medicamentos são genéricos, os quais incluem tratamentos para febre, tosse e outros sintomas similares aos da influenza.
Com o Ministério da Saúde declarando o início da temporada de influenza deste ano em 8 de novembro, a demanda por tais medicamentos está aumentando.
Enquanto a situação tenha melhorado em comparação há 1 mês, o fornecimento ainda está instável, de acordo com a pesquisa.
Medicamentos genéricos são alternativas mais baratas aos de marca, e são feitos com os mesmos ingredientes ativos e oferecem os mesmos efeitos.
Entretanto, eles só podem ser fabricados e vendidos após a patente para o nome de marca original expirar.
Genéricos ocupam cerca de 83% de todos os remédios prescritos que estão disponíveis no mercado hoje, de acordo com a Associação de Medicamentos Genéricos do Japão.
Uma série de escândalos que afetou a indústria de medicamentos genéricos nos últimos anos impactou sua capacidade de produção geral, resultando na escassez de fornecimento.
Em 2020 foi revelado que a agora extinta grande fabricante de medicamentos genéricos Kobayashi Kako havia misturado componentes de indução ao sono em seu remédio antifúngico. A Kobayashi Kako retirou sua licença de mercado em 2023.
O escândalo da Kobayashi Kako levou a uma investigação a nível nacional que descobriu que dezenas de companhias tinham procedimentos de fabricação que não eram aprovados pelo governo.
Enquanto isso, ineficiências estruturais dentro da indústria de medicamentos genéricos, como fabricação de pequena escala de uma ampla variedade de produtos, também podem ter contribuído para a instabilidade no fornecimento, disse o ministro da Saúde, Takamaro Fukuoka, em uma coletiva de imprensa regular na semana passada.
“Para endereçar isso, planejamos estabelecer um período de reforma focado de aproximadamente 5 anos e promover colaboração, cooperação e reestruturação entre companhias através de medidas financeiras e fiscais”, acrescentou ele.
Fonte: Japan Times